O conflito na Ucrânia visto pela mira de um sniper
Vassili Zaitsev, o célebre sniper de Estalinegrado, morreu em Kiev e quis ser enterrado na cidade que celebra a maior vitória militar da Rússia. Passaram-se 15 anos até que a disputa pelos restos do herói acabasse. Nada é fácil na relação da Rússia com a Ucrânia. Excepto quando fala a lei do mais forte.
O tamanho descomunal da estátua da Mãe Rússia que celebra a vitória do Exército Vermelho sobre as tropas nazis em Estalinegrado, em 1943, é mais do que um testemunho de uma extraordinária façanha militar. Com os seus 87 metros de altura, a estátua de uma mulher empunhando uma espada ilustra a crença de que “o exército que venceu em Estalinegrado é invencível”. O complexo, numa elevação na margem direita do Volga, onde há chamas eternas com música de Schumann, frequentes paradas militares e tumbas glorificadoras do heroísmo e da guerra, voltou a ser com Vladimir Putin o que fora no tempo soviético: um lugar para a exaltação do imperialismo russo e do seu poder militar.
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