Tropas russas atacam várias cidades da Ucrânia

Putin anunciou “operação militar especial” no Donbass e, pouco depois das 5h locais, foram relatadas as primeiras explosões e ataques a infra-estruturas em diversos pontos do território ucraniano, incluindo em Kiev.

Pessoas procuram abrigo contra os ataques russos numa estação de metro em Kharkiv, Ucrânia
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Pessoas procuram abrigo contra os ataques russos numa estação de metro em Kharkiv, Ucrânia SERGEY KOZLOV/EPA
Membros do exército ucraniano bloqueiam uma estrada em Kiev, Ucrânia
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Membros do exército ucraniano bloqueiam uma estrada em Kiev, Ucrânia UMIT BEKTAS/Reuters
Líderes da autoproclamada República Popular de Donetsk em frente a um prédio danificado por bombardeios na cidade de Yasinovataya, na região de Donetsk, Ucrânia
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Líderes da autoproclamada República Popular de Donetsk em frente a um prédio danificado por bombardeios na cidade de Yasinovataya, na região de Donetsk, Ucrânia ALEXANDER ERMOCHENKO/Reuters
Local do Serviço de Guarda de Fronteira danificado por bombardeios na região de Kiev, Ucrânia
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Local do Serviço de Guarda de Fronteira danificado por bombardeios na região de Kiev, Ucrânia Serviço de Guarda de Fronteira/Reuters
Equipas de emergência no local em Kiev onde caiu um avião do exército ucraniano
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Equipas de emergência no local em Kiev onde caiu um avião do exército ucraniano Press service of the Ukrainian State Emergency Service/Handout via REUTERS
Militares ucranianos de vigia numa estrada em Kiev, Ucrânia
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Militares ucranianos de vigia numa estrada em Kiev, Ucrânia UMIT BEKTAS/Reuters
Uma mulher ferida em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia
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Uma mulher ferida em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
Edifício danificado após a operação militar russa em Kharkiv, Ucrânia
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Edifício danificado após a operação militar russa em Kharkiv, Ucrânia SERGEY KOZLOV/EPA
Pessoas procuram abrigo contra os ataques russos numa estação de metro em Kharkiv, Ucrânia
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Pessoas procuram abrigo contra os ataques russos numa estação de metro em Kharkiv, Ucrânia REUTERS TV
Veículos do Exército russo circulam na cidade de Armyansk, Crimeia
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Veículos do Exército russo circulam na cidade de Armyansk, Crimeia Reuters
Ucranianos abrigam-se numa estação de metro em Kiev, Ucrânia
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Ucranianos abrigam-se numa estação de metro em Kiev, Ucrânia EPA
Um instrutor ensina os participantes durante um treino de tiro para civis como parte da criação de um sistema de defesa territorial numa escola em Lviv, Ucrânia
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Um instrutor ensina os participantes durante um treino de tiro para civis como parte da criação de um sistema de defesa territorial numa escola em Lviv, Ucrânia KARINA SALO/EPA
Pessoas vindas da Ucrânia atravessam a fronteira em Velke Slemence, Eslováquia,Pessoas vindas da Ucrânia atravessam a fronteira em Velke Slemence, Eslováquia
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Pessoas vindas da Ucrânia atravessam a fronteira em Velke Slemence, Eslováquia,Pessoas vindas da Ucrânia atravessam a fronteira em Velke Slemence, Eslováquia RADOVAN STOKLASA/Reuters
As forças de segurança acompanham um homem ferido na sequência de um ataque aéreo a uma área residencial em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia
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As forças de segurança acompanham um homem ferido na sequência de um ataque aéreo a uma área residencial em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
Membros das Forças Armadas ucranianas guardam um sistema de mísseis perto de Kharkiv, Ucrânia
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Membros das Forças Armadas ucranianas guardam um sistema de mísseis perto de Kharkiv, Ucrânia MAKSIM LEVIN/Reuters
Pessoas vestidas com uniformes queimam objectos numa fogueira feita no exterior das instalações do Ministério da Defesa ucraniano, em Kiev, Ucrânia
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Pessoas vestidas com uniformes queimam objectos numa fogueira feita no exterior das instalações do Ministério da Defesa ucraniano, em Kiev, Ucrânia UMIT BEKTAS/Reuters
Treino de tiro para civis numa escola em Lviv, Ucrânia
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Treino de tiro para civis numa escola em Lviv, Ucrânia KARINA SALO/EPA
Forças russas controlam a central nuclear de Tchernobil
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Forças russas controlam a central nuclear de Tchernobil OLEG PETRASYUK/EPA
Veículo blindado ucraniano destruído após a operação das tropas russas em Kharkiv, Ucrânia
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Veículo blindado ucraniano destruído após a operação das tropas russas em Kharkiv, Ucrânia STANISLAV KOZLIUK/EPA
Os homens que foram mobilizados para a guerra no interior de um autocarro, na região de Donetsk, Ucrânia, controlada por separatistas
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Os homens que foram mobilizados para a guerra no interior de um autocarro, na região de Donetsk, Ucrânia, controlada por separatistas ALEXANDER ERMOCHENKO/Reuters
Treino de tiro para civis numa escola em Lviv, Ucrânia
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Treino de tiro para civis numa escola em Lviv, Ucrânia KARINA SALO/EPA
Um homem lamenta a morte de uma pessoa na sequência de um ataque aéreo a uma área residencial em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia
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Um homem lamenta a morte de uma pessoa na sequência de um ataque aéreo a uma área residencial em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
Bombeiros ucranianos tentam salvar civis em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia
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Bombeiros ucranianos tentam salvar civis em Chuhuiv, no Oblast de Kharkiv, Ucrânia Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
Danos após a operação militar russa em Kharkiv, Ucrânia
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Danos após a operação militar russa em Kharkiv, Ucrânia SERGEY KOZLOV/EPA
Um casal atravessa a fronteira em Medyka, Polónia
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Um casal atravessa a fronteira em Medyka, Polónia BRYAN WOOLSTON/Reuters
Veículo blindado russo queimado perto de Kharkiv, Ucrânia
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Veículo blindado russo queimado perto de Kharkiv, Ucrânia Ministério da Defesa ucraniano/EPA
Tanques ucranianos em Mariupol, Ucrânia
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Tanques ucranianos em Mariupol, Ucrânia CARLOS BARRIA/Reuters
Ucranianos atravessam a fronteira em Suceava, Roménia
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Ucranianos atravessam a fronteira em Suceava, Roménia INQUAM PHOTOS/Reuters
Pessoas tentam sair da capital
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Pessoas tentam sair da capital REUTERS TV
Filas longas numa bomba de gasolina em Lviv, depois de Putin ter autorizado uma operação militar contra a Ucrânia
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Filas longas numa bomba de gasolina em Lviv, depois de Putin ter autorizado uma operação militar contra a Ucrânia PAVLO PALAMARCHUK/Reuters
Na fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, do lado polaco
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Na fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, do lado polaco KACPER PEMPEL/Reuters
Veículos militares numa rua em Armiansk, na Crimeia
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Veículos militares numa rua em Armiansk, na Crimeia Reuters
Soldados ucranianos de pé ao lado de vários sistemas de míssil em Kharkiv, Ucrânia
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Soldados ucranianos de pé ao lado de vários sistemas de míssil em Kharkiv, Ucrânia ANTONIO BRONIC/Reuters
Vários soldados num veículo armado, em Kharkiv, Ucrânia
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Vários soldados num veículo armado, em Kharkiv, Ucrânia ANTONIO BRONIC/Reuters
As filas para o supermercado em Kiev, numa altura em que as tropas russas já tinham invadido a Ucrânia
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As filas para o supermercado em Kiev, numa altura em que as tropas russas já tinham invadido a Ucrânia SERGEY DOLZHENKO/EPA
Na fronteira entre a Ucrânia e a Polónia, em Medyka, Polónia
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Na fronteira entre a Ucrânia e a Polónia, em Medyka, Polónia Kacper Pempel/REUTERS
Pessoas vindas da Ucrânia chegam à fronteira com a Polónia, em Medyka, Polónia
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Pessoas vindas da Ucrânia chegam à fronteira com a Polónia, em Medyka, Polónia Bryan Woolston/REUTERS
Um casal americano abraça-se depois de atravessar a fronteira para fugir à violencia na Ucrânia, em Medyka, Polónia
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Um casal americano abraça-se depois de atravessar a fronteira para fugir à violencia na Ucrânia, em Medyka, Polónia Bryan Woolston/REUTERS
Residentes locais a abastecer numa estação de combustível depois de Vladimir Putin ter autorizado a operação militar
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Residentes locais a abastecer numa estação de combustível depois de Vladimir Putin ter autorizado a operação militar Carlos Barria/ REUTERS
Aviões estacionados no aeroporto de Kiev
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Aviões estacionados no aeroporto de Kiev Umit Bektas/REUTERS
Em Kharkiv carros atravessam um descampado para deixar a cidade
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Em Kharkiv carros atravessam um descampado para deixar a cidade Antonio Bronic/REUTERS
Pessoas à espera na fronteira entre Ucrânia e Polónia
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Pessoas à espera na fronteira entre Ucrânia e Polónia KACPER PEMPEL/Reuters
Na estação central de Kiev
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Na estação central de Kiev EPA
Vê-se fumo na zona do ministério da Defesa ucraniano
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Vê-se fumo na zona do ministério da Defesa ucraniano VALENTYN OGIRENKO/Reuters
Vê-se fumo na zona do ministério da Defesa ucraniano
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Vê-se fumo na zona do ministério da Defesa ucraniano VALENTYN OGIRENKO/Reuters
Na fronteira com a Polónia
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Na fronteira com a Polónia KACPER PEMPEL/Reuters
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Na fronteira com a Polónia KACPER PEMPEL/Reuters
Na fronteira com a Polónia
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Na fronteira com a Polónia KACPER PEMPEL/Reuters

Depois de várias semanas de avisos e de movimentações militares na vizinhança da Ucrânia, as Forças Armadas russas avançaram nesta quinta-feira, por volta das 5 horas locais, para o território ucraniano, atacando várias cidades do país e mobilizando tropas através da Crimeia, do Donbass e de outros pontos da fronteira, e respondendo a uma autorização do Presidente Vladimir Putin para se dar início a uma “operação militar especial”.

“Putin lançou uma invasão em larga escala da Ucrânia. As cidades pacíficas ucranianas estão sob ataque”, denunciou Dmitro Kuleba, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, através do Twitter.

As forças russas iniciaram a ofensiva a partir dos pontos onde, ao longo dos últimos meses, tinham acumulado perto de 150 mil soldados, veículos militares e material logístico – a partir das províncias separatistas, no Leste ucraniano; da Península da Crimeia, anexada em 2014, no sul; e através da Bielorrússia, onde forças russas estavam envolvidas em exercícios com o Exército local.

Os separatistas avançaram sobre as localidades mais próximas da linha de contacto, mas o Exército ucraniano diz estar a conseguir resistir à ofensiva nesta zona, referindo que matou 50 soldados russos junto à cidade de Shchastia, na região de Lugansk, um dos dois territórios separatistas cuja autoproclamada independência foi reconhecida por Vladimir Putin na terça-feira.

PÚBLICO - Fonte:NYTimes
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Fonte:NYTimes Infografia|PÚBLICO

Pelo norte, através da fronteira bielorrussa, as forças russas estão a aproximar-se da capital Kiev, onde se registaram várias explosões às primeiras horas da manhã. O aeroporto militar de Gostomel, perto de Kiev, foi bombardeado, o que pode indiciar o avanço terrestre do Exército russo rumo à capital nas próximas horas. Milhares de civis estão a tentar sair da cidade pelos seus próprios meios, embora as autoridades locais tenham apelado à calma e garantido a segurança da metrópole de quase três milhões de habitantes.

Oleksii ​Reznikov, ministro da Defesa, lançou um apelo a todos os cidadãos para “pegarem em armas” e “se juntarem às Forças de Defesa Territorial” da sua “região local”.

Já o Exército russo diz que aniquilou as defesas aéreas da Ucrânia e assegura que os ataques não representam uma ameaça para civis ou para as cidades ucranianas. “Os activos de defesa aérea das Forças Armadas da Ucrânia foram suprimidos”, celebrou o Ministério da Defesa russo, num comunicado citado pela agência Interfax, em que informa que as notícias sobre o abate ucraniano de um avião de guerra russo são falsas.

Pelo menos 40 soldados e uma dezena de civis foram mortos nas primeiras horas da invasão, anunciou um conselheiro do Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. “Sei que mais de 40 militares ucranianos foram mortos e várias dezenas ficaram feridos e que uma há uma dezena de civis mortos [em todo o país em consequência dos ataques aéreos e dos mísseis disparados esta manhã]”, afirmou aos jornalistas Oleksii Arestovich. ​

Zelensky declarou rapidamente a lei marcial, disse que ligou ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e, através de um vídeo, emitiu uma mensagem de confiança para a população: “O Exército está a trabalhar. Sem pânico. Somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos derrotá-los a todos.”

O Kremlin garante, porém, que há soldados ucranianos que estão a reagir à ofensiva russa pondo-se em fuga. “Há unidades do Exercito ucraniano e militares que estão abandonar os seus postos em massa, baixando as armas”, diz o Ministério da Defesa, em comunicado, sem apresentar, no entanto, quaisquer provas que sustentem esse cenário.

Estados Unidos, NATO e vários países europeus condenaram de imediato a agressão russa e os seus representantes vão reunir-se de emergência nas próximas horas, provavelmente para avançar com as sanções económicas mais duras que tinham deixado na gaveta.

“A Rússia, sozinha, é responsável pela morte e pela destruição que este ataque vai trazer, e os Estados Unidos e os seus aliados e parceiros vão responder de forma unida e decisiva”, reagiu o Presidente dos EUA.

Artigo 4 da NATO

“Não vamos permitir que o Presidente Putin derrube a arquitectura de segurança da Europa. Ele não deve subestimar a determinação e a força das nossas democracias. A União Europeia apoia a Ucrânia e a sua população. A Ucrânia vai prevalecer”, afirmou Ursula von der Leyen. “Putin desencadeou a guerra no nosso continente europeu”, afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. “Acordámos num mundo diferente”, declarou a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock. “Estamos perplexos, mas não estamos impotentes”, garantiu.

A NATO já se reuniu de urgência e vários dos seus membros – Bulgária, República Checa, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, Roménia e Eslováquia – accionaram o pedido de consultas urgentes ao abrigo do Artigo 4 do Tratado de Washington, previsto para quando “a integridade territorial, a independência política ou a segurança de qualquer das partes [da NATO] é ameaçada”.

Depois do encontro, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, confirmou que a aliança activou esta manhã os planos de defesa e que reforçará os seus meios de defesa no Leste da Europa nos próximos dias. “Este é um passo prudente e defensivo, mas necessário. Dá aos nossos comandantes a autoridade para destacar imediatamente as nossas forças e capacidades para onde são necessárias”, explicou Stoltenberg.

“Um ataque a um será considerado um ataque a todos. Essa é a nossa garantia de segurança colectiva”, garantiu ainda Stoltenberg, informando ter convocado os líderes da NATO para uma cimeira virtual, esta sexta-feira.

“Desmilitarizar” e “desnazificar” o país

Segundo Putin, que, mesmo tendo autorizado o destacamento de mais de 150 mil soldados nas fronteiras com a Ucrânia nas últimas semanas, sempre negou a intenção de invadir o país e que acusou o Ocidente de estar constantemente a mobilizar a sua “propaganda de guerra”, o ataque desta quinta-feira destina-se a garantir a segurança dos cidadãos russos e das repúblicas separatistas que reconheceu recentemente como Estados independentes, e a “desmilitarizar” e “desnazificar” o país vizinho.

“Decidi levar a cabo uma operação militar especial (…) para proteger a população que tem sido sujeita a bullying e a genocídio”, justificou o Presidente russo, citado pela Reuters. “E para trazer à Justiça aqueles que cometeram numerosos crimes sangrentos contra civis, incluindo civis da Federação Russa.”

O chefe de Estado russo recuperou ainda alguns dos argumentos históricos que já tinha apresentado aquando do reconhecimento das repúblicas separatistas ucranianas, falando na Ucrânia como um território pertencente às “terras ancestrais russas”, sem “tradição como uma verdadeira nação”. Com a actual liderança, explicou, Kiev é uma ameaça à existência da Federação Russa.

“A Rússia não se pode sentir segura, desenvolver-se, ou existir com uma constante ameaça vinda do território da Ucrânia moderna”, disse Putin, num discurso televisivo. “Toda a responsabilidade pelo derramamento de sangue ficará na consciência do regime que governa a Ucrânia.”

O Presidente russo afiançou, porém, que Moscovo não quer “ocupar a Ucrânia”.

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