Tribunal Arbitral do Desporto decide que Kamila Valieva pode competir
O painel de árbitros defendeu que impedir a atleta de 15 anos de participar nos Jogos, antes de ser concluído o inquérito sobre o teste positivo a uma substância proibida, lhe causaria “danos irreparáveis”. O Comité Olímpico Americano disse estar “desiludido” com a decisão.
A patinadora russa Kamila Valieva vai poder competir por uma segunda medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim2022, apesar de ter tido um teste positivo a um medicamento cardíaco proibido antes do evento.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS, na sigla inglesa) decidiu esta segunda-feira que Valieva, de 15 anos, favorita ao ouro individual feminino, não deve ser suspensa de forma provisória antes de uma audiência completa sobre o teste positivo.
O painel de árbitros, presidido pelo italiano Fabio Iudica (presidente), e que incluiu o norte-americano Jeffrey Benz e a eslovena Vesna Bergant Rakocevic, defendeu que impedir a atleta de participar nos Jogos lhe causaria “danos irreparáveis”, segundo um comunicado publicado na página oficial do TAS.
A decisão apenas confirma que Valieva pode continuar a patinar até o caso ser resolvido e não decide o destino da medalha de ouro que já conquistou na prova por equipas.
A decisão do TAS permite à Rússia continuar a sonhar com a conquista de todas as medalhas de ouro na patinagem artística feminina, um feito inédito nos Jogos Olímpicos de Inverno.
O evento começa com o programa curto terça-feira e termina quinta-feira com o programa livre, sendo que Valieva é a favorita ao ouro.
A jovem russa terá tomado trimetazidina, segundo os testes feitos a 25 de Dezembro, durante os campeonatos da Rússia, e foi suspensa já no decurso dos Jogos de Inverno.
O Comité Olímpico Americano (USOPC) disse estar “desiludido” com a decisão.
“Os atletas têm o direito de saber que estão a competir de forma justa. Infelizmente, hoje esse direito foi-lhes negado. Este parece ser um novo capítulo de desrespeito sistémico e generalizado pelo desporto”, escreveu a presidente do USOPC, Sarah Hirshland, num comunicado.
A 11 de Fevereiro, a RUSADA decidiu abrir um inquérito interno a todos os treinadores e médicos em torno de Valieva, que é “menor de idade” e, portanto, passível de ter visto os seus interesses mal defendidos por pessoas com essas funções.
A agência prometeu publicar os resultados desta investigação na sua página oficial na Internet.