Biden promete a Zelenskiy uma resposta “rápida e decisiva” em caso de invasão russa

O conselheiro nacional de segurança dos EUA, Jake Sullivan, disse à CNN que o ataque da Rússia “pode começar a qualquer momento, inclusive nesta semana”.

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Tropas ucranianas na região de Lviv ROMAN BALUK/Reuters

O Presidente dos Estados Unidos conversou este domingo por telefone com seu homólogo ucraniano, a quem reiterou o seu compromisso com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia face a um eventual ataque da Rússia.

Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca, Joe Biden garantiu a Volodymyr Zelenskiy que os Estados Unidos responderão de forma “rápida e decisiva”, em conjunto com os seus aliados, a uma eventual agressão militar russa na Ucrânia.

Na conversa telefónica que durou cerca de 50 minutos, os líderes norte-americano e ucraniano decidiram ainda manter a via diplomática como forma de diminuir a tensão que resulta da concentração de forças militares russas junto à fronteira com a Ucrânia.

No sábado, os Presidentes dos EUA e Rússia mantiveram as divergências sobre a Ucrânia, com Biden a avisar Putin para “custos severos e rápidos” se Moscovo invadir a Ucrânia e o Kremlin a denunciar a “histeria dos Estados Unidos”.

Este domingo, em entrevista ao canal televisivo CNN, o conselheiro nacional de segurança da administração dos Estados Unidos, Jake Sullivan, referiu que uma invasão russa da Ucrânia pode acontecer “a qualquer momento”.

"Não podemos prever o dia exactamente, mas uma invasão russa da Ucrânia pode começar a qualquer momento, inclusive nesta semana”, avançou Sullivan.

O Ocidente acusa a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas junto às fronteiras da Ucrânia para invadir novamente o país vizinho.

Os Estados Unidos alertaram na sexta-feira que um ataque russo pode acontecer “a qualquer momento” e pediram aos seus cidadãos que abandonassem o país rapidamente. Desde então, dezenas de governos, incluindo o de Portugal, aconselharam os seus cidadãos a sair da Ucrânia.

Ucrânia exige reunião da OSCE

Também este domingo, o Governo de Kiev exigiu uma reunião nas próximas 48 horas com a Rússia e os países participantes do Documento de Viena da OSCE depois de Moscovo ignorar o ultimato para, detalhadamente, responder sobre as actividades militares junto da fronteira ucraniana.

"A Rússia não respondeu ao nosso pedido sobre o Documento de Viena” acerca de medidas destinadas a construir confiança e segurança, apresentado pela Ucrânia na sexta-feira passada, e cujo prazo terminava hoje, disse o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba, na rede social Twitter.

"Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada”, acrescentou o ministro.

Kuleba enfatizou que a Rússia deve honrar os seus compromissos com a transparência militar para diminuir a tensão e melhorar a segurança para todos se quiser falar seriamente sobre segurança indivisível no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

A Ucrânia invocou na sexta-feira o Documento de Viena sobre Redução de Riscos, exigindo que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre as actividades militares perto da fronteira ucraniana, onde juntou mais de 100.000 soldados, segundo Kiev e a NATO.

“Invocamos oficialmente o mecanismo de redução de risco e exigimos que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre as actividades militares nas áreas adjacentes à Ucrânia e à península temporariamente ocupada da Crimeia”, escreveu Dmitro Kuleba na rede social Twitter.

O Documento de Viena de 2011 sobre Medidas de Construção de Confiança e Segurança é vinculativo e aplicável a todos os membros da OSCE.