Mais de sete anos depois, Pizzi sai do Benfica

O clube “encarnado” confirmou a cedência do jogador ao Basaksehir, mas não avançou a existência de alguma cláusula de opção de compra. Médio tinha vindo a perder espaço na equipa.

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Pizzi já numa sessão de treino em Istambul DR

Era um dos pesos-pesados do Benfica, um dos jogadores com mais anos de casa e uma voz respeitada no balneário do clube. As circunstâncias e a vontade do médio ditaram a saída imediata para o futebol turco, para representar o Basaksehir até ao final da temporada, a título de empréstimo.

A transferência foi oficializada nesta terça-feira, dia em que o internacional português vestiu a camisola do emblema de Istambul para as fotos de apresentação. De resto, a essa sessão, que incluiu a assinatura do contrato, seguiu-se o primeiro capítulo do trabalho no relvado, num treino marcado pela chuva.

Aos 32 anos, Pizzi deixou o Benfica para trás — ou o Benfica deixou sair Pizzi. Os “encarnados” confirmaram a cedência, mas não avançaram a existência de uma cláusula de opção de compra por parte dos turcos, pelo que o criativo deverá, no final de Junho, estar de regresso a Lisboa

A saída do jogador dá-se numa temporada em que já tinha perdido espaço nas opções do(s) treinador(es). Primeiro com Jorge Jesus, agora com Nélson Veríssimo, Pizzi deixou praticamente de ser uma primeira escolha para passar a vestir a pele do “trunfo” que sai do banco sempre que o jogo pede. No total, marcou presença em 30 partidas nesta temporada, mas apenas 10 cumpridas na qualidade de titular — nos 10 últimos jogos, somou somente 125 minutos, sendo que em três casos não foi sequer utilizado.

É neste contexto que abandona — pelo menos durante cinco meses — o clube que representou durante sete temporadas e meia e ao serviço do qual conquistou quatro campeonatos, uma Taça de Portugal, duas Taças da Liga e três Supertaças. Para além disso, foi, individualmente, um dos jogadores mais relevantes em quase todas as épocas: foram mais de 350 jogos, 94 golos quase 100 assistências.

A jogar como ala-direito, médio-centro ou segundo avançado, Pizzi acabou por ter relevância para todos os treinadores no Benfica, ainda que a relação com os adeptos nem sempre tenha sido imaculada — apontado por muitos como um jogador de estatísticas e pouco útil em jogos contra adversários mais poderosos individual e fisicamente.

Esta mudança para Istambul tem também uma relação directa com o balneário dos “encarnados”. Há muito integrado no lote de capitães de equipa, era, a seguir a André Almeida, o jogador com mais anos de casa. Por outro lado, foi também no balneário que se iniciou o frente a frente que, a posteriori, haveria de conduzir à saída de Jorge Jesus. Um desentendimento entre jogador e treinador depois do clássico com o FC Porto, para a Taça de Portugal, que foi assumido publicamente até por Rui Costa, presidente do Benfica, e que gerou divisões internas.

“O Pizzi teve uma proposta para seguir a carreira noutro clube e foi entendimento dele que deveria ouvir essa proposta. Apenas isso. Mas, na mesma linha do André Almeida, o Pizzi tem muitos anos de Benfica, conquistou muitos títulos e teve grande importância nos momentos em que jogou e não jogou”, sublinhou Nélson Veríssimo, após o itrunfo sobre o Tondela, na segunda-feira. “Mesmo não jogando muito não quer dizer que não fosse importante, mas está no seu direito de querer dar um novo rumo à sua carreira”.

E é precisamente isso que Pizzi, médio que, em 2019-20, com Bruno Lage ao comando, chegou aos 30 golos e 19 assistências, está a tentar fazer desde esta manhã. Vai manter, em Istambul, a camisola 20 que envergava em Portugal e tentar ajudar o Basaksehir a dar um salto qualitativo — o clube ocupa actualmente a quinta posição do campeonato, com menos três pontos e um jogo do que o Demirspor, terceiro.

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