O Ministério do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia convocou, na quarta-feira, 2 de Fevereiro, uma Comissão Nacional das Espécies Invasoras para definir o futuro dos hipopótamos introduzidos no país pelo narcotraficante Pablo Escobar, considerando-os uma espécie que “representa uma ameaça”.
Os hipopótamos foram introduzidos na Colômbia há mais de 40 anos e migraram da Magdalena Medio para a Depressão Momposina, de acordo com um estudo do Instituto Alexander von Humboldt e da Universidade Nacional, representando uma ameaça para espécies nativas como o manatim, bem como para os ecossistemas estratégicos do país.
O estudo assinala que existem actualmente 133 exemplares em território colombiano e que a sua taxa de crescimento é superior à registada em África, razão pela qual o ministro do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, Carlos Eduardo Correa, solicitou aos peritos em biodiversidade e às organizações internacionais que analisassem o estado das espécies e “tomassem decisões face a este fenómeno”.
A investigação revelou também que existem três grupos populacionais compostos por quatro a 35 indivíduos, que se concentram em Doradal, rio Cocorná e Isla del Silencio, no departamento de Antioquia, enquanto nas restantes áreas estudadas existem grupos familiares compostos por dois a quatro indivíduos, em pares de adultos ou famílias com uma ou duas crias.
Entre os planos do comité está a decisão de declarar os hipopótamos uma espécie invasora, após o que se pode tomar “medidas urgentes”. “Temos de agir agora”, insistiu Correa.
Os hipopótamos actualmente na Colômbia são descendentes de animais que pertenciam ao colombiano Pablo Escobar. O traficante importou quatro hipopótamos, três fêmeas e um macho, de um jardim zoológico nos Estados Unidos, em 1981, para fazer parte da colecção de animais exóticos da sua Hacienda Nápoles, e que agora se reproduziram incontrolavelmente.