Portugal registou 39.570 casos confirmados de covid-19, um novo máximo diário desde o início da pandemia, e 14 mortes associadas à doença, segundo o boletim divulgado nesta quarta-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), referente à totalidade do dia de terça-feira.

O número de novos contágios desta terça-feira ultrapassa o registo de 30.829 casos verificado a 30 de Dezembro (relatório de dia 31), sendo por isso a segunda vez que o país ultrapassa o patamar dos 30 mil casos identificados em 24 horas e a sexta vez em oito dias com registos acima das duas dezenas de milhares de infecções.

O aumento está em linha com as previsões apontadas pelo especialista Baltazar Nunes na reunião no Infarmed desta quarta-feira entre peritos e governantes. O investigador do Instituto de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) indicou que Portugal pode atingir entre os 42 mil e os 130 mil casos nas duas primeiras semanas de Janeiro.

Há mais 48 pessoas internadas, somando-se agora um total de 1251 pacientes hospitalizados com covid-19. Destes, 143 estão em unidades de cuidados intensivos, menos quatro que no dia anterior. O número está longe da linha vermelha de 255 camas definida como limite crítico para o indicador. Está também abaixo da fasquia de 70% deste limiar (179 camas) sugerida pela especialista Raquel Duarte na reunião do Infarmed como o ponto em que é necessário introduzir novas medidas.

O número de internamentos é o mais alto desde 8 de Março, quando estavam nos hospitais portugueses 1278 infectados. No entanto, havia nessa altura 312 pessoas em estado grave, mais do dobro do total verificado actualmente.

Mais de 257 mil casos na última quinzena

No total, já se registaram 1.499.976 de casos confirmados e 19.029 óbitos em Portugal desde o início da pandemia, em Março de 2020. Nos últimos 14 dias, somaram-se 257.431 casos, cerca de 17% do total registado desde o início da pandemia. Coloquemos este número em perspectiva: o país chegou ao total de 260 mil casos de infecção a 22 de Novembro de 2020, 266 dias depois (perto de nove meses) do primeiro identificado, a 2 de Março.

Recuperaram da doença mais 14.207 pessoas, para um total de 1.241.849 recuperados. Nesta altura, 82,8% dos casos recuperaram da doença. Esta percentagem tem vindo a diminuir, resultado do aumento de casos detectados: excluindo recuperações e óbitos, há neste momento 239.098 casos activos (mais 25.349 do que no dia anterior), cerca de 15,9% dos identificados. A taxa de letalidade continua a diminuir e está agora em 1,27%.

Com excepção da Madeira, todas as regiões do país registaram nesta terça-feira novos máximos diários de infecções. A região Norte e a de Lisboa e Vale do Tejo concentram 76% dos casos nacionais, com 13.665 e 16.550 casos detectados, respectivamente. Foram ainda identificados 5207 casos na região Centro, 1290 na Madeira, 1173 no Algarve, 1171 no Alentejo e 514 nos Açores.

Em relação às mortes, seis foram reportadas em Lisboa e Vale do Tejo, quatro na região Norte e outras quatro na região Centro.

Cinco das 14 mortes a lamentar na terça-feira foram de pessoas com 80 ou mais anos (duas mulheres e três homens), somando-se ainda os óbitos de quatro pessoas no grupo dos 70 aos 79 anos (uma mulher e três homens), quatro na casa dos 60 aos 69 anos (todos homens) e ainda a morte de um homem entre os 50 e os 59 anos.

Incidência continua a subir, R(t) desce

Relativamente à matriz de risco que monitoriza a evolução da situação epidemiológica no país, Portugal encontra-se no quadrante roxo devido à subida acentuada na incidência a 14 dias por cem mil habitantes. Os dados divulgados nesta quarta-feira dão conta de novo aumento deste indicador para 2104,7 a nível nacional e 2114,3 no continente. Já o índice de transmissibilidade — ou R(t) — desceu para 1,41 a nível nacional e no continente.

Estes indicadores habitualmente são actualizados às segundas, quartas e sextas. Na actualização anterior, feita no boletim de segunda-feira, o R(t) era de 1,43 em território nacional e no continente. A incidência estava em 1805,2 em todo o país e 1817,3 no continente.

Notícia corrigida: foi corrigido o título, que dava conta de uma subida do R(t) em relação à actualização de segunda-feira. O índice de transmissibilidade desceu de 1,43 para 1,41, tanto a nível nacional como no continente.