Casos diários podem estar entre os 42 mil e os 130 mil nos próximos dias

Especialistas recomendam “cuidados adicionais” aos portugueses com idades entre os 50 e os 59 anos sem dose de reforço.

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A eficácia das três doses da vacina cifra-se entre 40 e 70% Nelson Garrido

Nos próximos dias, Portugal pode ter números diários de casos de covid-19 entre os 42 mil e os 130 mil. O especialista Baltazar Nunes traçou uma simulação com vários cenários possíveis para o aumento do número diário de casos de covid-19 para o mês de Janeiro. Nestas diferentes hipóteses, variam os dados sobre a eficácia da vacina (no cenário mais gravoso, há uma perda de protecção que pode chegar aos 88%), bem como a eficácia da semana de contenção na redução de contactos.

“Os cenários não são previsões, são projecções condicionadas a determinadas características: ‘Se isto acontecer, é o que esperamos’”, clarificou Baltazar Nunes antes de apresentar os dados durante a reunião desta quarta-feira entre especialistas e governantes no Infarmed.

O investigador do Instituto de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) revelou três cenários para o país, com variações entre os 42 mil, 80 mil ou 130 mil casos diários na primeira ou segunda semana de Janeiro. Relativamente ao isolamento, Baltazar Nunes projecta que, no pior cenário, 12% da população possa estar em isolamento, quarentena ou em estado de absentismo. Na simulação mais favorável, o isolamento vai abranger 4% da população e o cenário intermédio aponta para os 7%.

Mesmo com o aumento de novos casos, as hospitalizações na última semana de Janeiro e primeira de Fevereiro devem ficar entre as 1300 e 3700, consoante a gravidade do cenário, valor muito longe do máximo registado em Janeiro de 2021. A simulação prevê também que os cuidados intensivos não vão ter a mesma pressão vivida no ano passado, com previsões entre os 184 e 453 internamentos nestas unidades.

Especialistas recomendam “cuidados adicionais” aos portugueses com idades entre os 50 e os 59 anos sem dose de reforço

O terceiro inquérito serológico do Insa mostra uma alta seroprevalência, devido à campanha de vacinação. Em Outubro, de acordo com Ana Paula Rodrigues, tínhamos 86% da população com anticorpos e valores eram ainda mais elevados na população com mais de 60 anos, que já tinha iniciado a vacinação de reforço.

O nível dos anticorpos era mais elevado nas pessoas com três doses ou pessoas que já tinham sido infectadas. A eficácia das três doses cifra-se entre 40 e 70%.

A população está protegida contra internamentos, embora haja um grupo entre os 50-59 anos, onde cerca de 70% ainda não fez a vacinação de reforço e que devem ter cuidados acrescidos. Os grupos mais novos que fizeram a vacinação mais recentemente “estão moderada a elevadamente protegidos do internamento”, mas a eficácia contra infecção é menor com esta variante e com o tempo.

“Esperamos carga de doença elevada com gravidades mais baixas”, embora isto não queira dizer que a infecção é mais ligeira: “A infecção não é mais ligeira, é mais benigna do que a que tínhamos anteriormente.”

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