Covid-19: se vacinação das crianças avançar, Presidente da República espera adesão elevada
Marcelo Rebelo de Sousa declarou-se feliz com a adesão dos portugueses à vacina contra a covid-19, deixando para o Governo a decisão de voltar a reunir especialistas para discutir a pandemia.
O Presidente da República declarou-se feliz este domingo com a adesão dos portugueses à vacinação contra a covid-19, “sem necessidade de vacinação obrigatória”, e afirmou esperar o mesmo relativamente às crianças, ressalvando que a decisão está dependente das autoridades sanitárias. Marcelo Rebelo de Sousa falava no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, após ter discursado no encerramento do 5.º Congresso da Sedes – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social.
“Estou feliz por saber que hoje mesmo está prevista a vacinação de dezenas de milhares de portugueses e que a adesão é tão grande que não se coloca em Portugal a questão de ter de haver vacinação obrigatória. Os portugueses percebem que devem vacinar-se, sem necessidade de vacinação obrigatória”, declarou o chefe de Estado aos jornalistas.
Questionado sobre se considera que a mesma adesão se verificará com a vacinação das crianças, o Presidente da República começou por responder que essa “é uma decisão que depende agora da posição última das autoridades sanitárias”.
Depois, referiu que na vacinação “dos 12 aos 18 anos, depois de haver vários pontos de vista, houve uma adesão maciça”, acrescentando: “Isso foi um bom sinal. Não vejo razão para não haver a mesma adesão da parte de pais, de avós e de outros responsáveis por crianças em idades inferiores”.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgou na sexta-feira ter recebido a posição de um grupo de peritos em pediatria e saúde infantil sobre a vacinação contra a covid-19 de crianças dos cinco aos 11 anos, recomendações que prometeu divulgar brevemente.
Em comunicado, a DGS referiu que este processo de avaliação “está ainda a decorrer”, com a Comissão Técnica de Vacinação contra a Covid-19 (CTVC) a analisar as informações recebidas do grupo de peritos em pediatria e saúde infantil e “outros documentos relevantes para a elaboração das recomendações”.
Entre esses documentos está a informação técnica que o Centro Europeu de Doenças (ECDC) emitiu a 1 de Dezembro, em que apoia a vacinação de crianças entre os cinco e os 11 anos, conforme aprovado pelo regulador da União Europeia.
Questionado sobre se irá haver, antes do Natal, uma nova reunião de políticos com especialistas em diversas áreas da saúde sobre a evolução da covid-19 em Portugal, o Presidente da República voltou a realçar que a situação actual e a de há um ano “são situações diferentes”, mas remeteu o assunto para o Governo: “É uma iniciativa do Governo. Vamos ver se o Governo considera que é necessário ouvir os especialistas.”
Em Portugal, desde Março de 2020, já morreram mais de 18 mil pessoas com covid-19 e foram contabilizados mais de um milhão de casos de infecção, segundo a DGS. Esta doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade no centro da China, com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, designada Ómicron e classificada como preocupante pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foi recentemente detectada na África austral. Desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, em 24 de Novembro, foram notificadas infecções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.