Inflação passa barreira dos 4% na zona euro e na UE em Outubro
Preços aceleram na União Europeia e também no Reino Unido, impulsionados pelo aumento dos custos energéticos.
A taxa de inflação anual subiu em Outubro pelo quarto mês consecutivo na zona euro e na União Europeia (UE), ultrapassando a barreira dos 4%, e Portugal registou a segunda menor taxa (1,8%), segundo dados divulgados pelo Eurostat esta quarta-feira.
Na zona euro, a taxa de inflação aumentou para os 4,1% em Outubro, face aos -0,3% do mesmo mês de 2020 e aos 3,4% de Setembro.
Na UE, a inflação chegou aos 4,4%, que se comparam com os 0,3% homólogos e os 3,6% de Setembro, tendo o indicador aumentado em todos os Estados-membros.
De acordo com o gabinete estatístico europeu, entre os 27 Estados-membros, as taxas de inflação anuais mais baixam foram registadas, em Outubro, em Malta (1,4%), Portugal (1,8%), Finlândia e Grécia (2,8% cada).
As taxas mais elevadas foram observadas na Lituânia (8,2%), Estónia (6,8%) e Hungria (6,6%).
Na zona euro, a energia foi a componente da inflação que mais aumentou em Outubro (23,7%).
O Banco Central Europeu (BCE) contempla um objectivo de inflação simétrica de 2% a médio prazo, admitindo desvios temporários e moderados.
Preços em máximos no Reino Unido
A inflação homóloga no Reino Unido subiu para 4,2% em Outubro, contra 3,1% em Setembro, o nível mais alto desde Novembro de 2011, segundo o Office for National Statistics (ONS).
O aumento foi impulsionado pelos preços mais elevados dos custos da energia doméstica, hotéis, restaurantes, transportes, mobiliário, alimentos e bebidas não alcoólicas.
A inflação está acima do objectivo, de 2%, do Banco de Inglaterra.
Analistas, que associam a subida do Índice de Preços no Consumidor (IPC) ao aumento global dos preços da energia, anteciparam que a inflação continuará a aumentar e poderá atingir os 5% até ao final do ano.
"A inflação subiu acentuadamente em Outubro para o nível mais alto em quase uma década. Isto foi impulsionado por um aumento nas contas de energia doméstica”, disse Grant Fitzner, economista do ONS.
"Os custos das mercadorias que saem das fábricas e os preços das mercadorias também subiram acentuadamente e estão agora nos níveis mais elevados em quase dez anos”, acrescentou.
O Reino Unido tem visto a inflação aumentar nos últimos meses, à medida que a economia revive depois da pandemia.
No início deste mês, o Banco de Inglaterra decidiu manter as taxas de juro no nível histórico de 0,1%, mas não excluiu um aumento das mesmas para controlar a inflação.