Torta de Viana já é certificada

A Torta de Viana garantiu a certificação nacional como doce de Viana do Castelo, processo que visa “preservar e promover” um ex-líbris da doçaria tradicional cuja receita terá sido criada num convento local em 1505.

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A Torta de Viana, doce tradicional à base de creme de ovo, farinha e açúcar, já é certificada a nível nacional como sendo original de Viana do Castelo.

A receita terá nascido no Convento de Santa Ana de Viana do Castelo, em 1505, sendo que as “primeiras freiras eram Clarissas e teriam vindo do Mosteiro de Vila do Conde onde já eram renomadas artistas doceiras”. Era “um doce importante, apenas preparado para ocasiões especiais, também conhecido com Torta Real”, avança a autarquia em comunicado.

O processo de certificação foi iniciado em Fevereiro de 2020, num investimento de 20 mil euros, e surgiu “da necessidade de preservar a receita tradicional de um doce que tem associado a si o nome de Viana do Castelo, identificando as suas características, de modo a valorizar e promover este produto endógeno e ao mesmo tempo permitir diferenciar a Torta de Viana, dando a garantia e confiança ao consumidor que está a consumir um produto local com qualidade reconhecida, com a receita original que existe desde o século XVI”.

“A marca está, assim, registada e protegida com o número de registo 667701, e é composta por um logótipo, símbolo e a respectiva assinatura”, especifica a nota da Câmara de Viana do Castelo, entidade que detém a marca nacional registada pelo INPI - Instituto Nacional da Propriedade Intelectual. A certificação incluiu ainda a elaboração de um caderno de especificações e acções de capacitação e de acompanhamento às pastelarias aderentes ao processo de certificação.

O contrato para a prestação do serviço de certificação foi assinado entre a autarquia de Viana do Castelo e a empresa Certis - Controlo e Certificação, no valor 19.950 euros, e com um prazo de execução de 60 dias. Em comunicado enviado às redacções, o município adiantou que a “certificação representou um investimento realizado no âmbito de uma candidatura das Comunidades Intermunicipais (CIM) do Alto Minho, do Ave e do Cávado, após a atribuição do Galardão da Região Europeia da Gastronomia ao Minho”.