Sete anos depois de lançar o primeiro NX e de vender aproximadamente um milhão de unidades globalmente, a Lexus lançou o NX de segunda geração, urbano, elegante e de aparência quase selvagem, um crossover com requintes de ficção científica com um papel muito importante na visão da divisão de luxo dos japoneses da Toyota para o futuro e para as ambições de crescimento da marca na Europa e em Portugal.
Não foi inocente a escolha do local de encontro com os jornalistas antes de um primeiro contacto com os novos membros da família Lexus, automóveis construídos com 95 por cento de componentes novos relativamente aos seus antecessores, ou seja, novo design exterior e interior, novo habitáculo, novo sistema multimédia e novos sistemas de segurança activa de apoio ao condutor. O cenário escolhido foram as caves Niepoort em Vila Nova de Gaia, um edifício da primeira metade do século XIX que é uma espécie de caverna de Ali Babá conservada por Dirk e restantes gerações, um museu vivo de chão de terra batida, aranheiras e balseiros com mais de 120 anos onde se percebe como se envelhece um produto nobre e como a sua história pode e deve prevalecer apesar da evolução que se quer efectiva e apurada como a arte de relojoaria.
Aqui, o que se fazia há cem anos continua a ter um valor incomensurável. E também respeita essa premissa a marca nipónica que agora arrisca substituir um modelo muito bem-sucedido e que representa cerca de 30 por cento do volume de vendas da Lexus na Europa — onde mais de 175 mil NX foram vendidos desde 2014. A apresentação do NX, diga-se, vai para além do lançamento de um novo modelo. Marca o início de um novo capítulo — estão prometidos 20 novos ou renovados modelos até 2025 —, reforçando-se o papel da inteligência artificial que através do diálogo com o condutor vai aprendendo preferências e detectando comportamentos, optimizando a experiência de condução.
Começamos talvez por aí, por um interior amplo e minimalista, pelo famoso espaço Tazuna (palavra japonesa para rédeas do cavalo) que se inspira na relação entre cavalo e cavaleiro em que os comandos são comunicados pelo uso das rédeas, interpretado aqui pela estreita coordenação de interruptores no volante e um head-up display, que permite que o condutor aceda às funções e a informações do veículo de forma intuitiva, sem precisar de alterar a sua linha de visão, mantendo a atenção na estrada.
Estamos mais ligados à máquina, mantemos os olhos na estrada. Lançamos um “Hey Lexus!” e, comando/resposta, vamos aprendendo mutuamente ao longo da viagem. Em tudo se sente o omotenashi, o espírito japonês de hospitalidade que antecipa e atende as nossas necessidades. À nossa disposição temos um ecrã táctil de grandes dimensões de alta definição (que é de série em todas as versões; 3,6 vezes mais rápido que a geração anterior) com botões físicos apenas para as funções mais frequentes (como o volume do rádio ou intensidade do ar condicionado) e um tabuleiro com carregador sem fios (50% mais rápido que a anterior geração). Deixamo-nos envolver por um sistema de som de alta-fidelidade de dez colunas (surrond nos bancos da frente, efeito de palco nos bancos traseiros e um subwoofer que aproveita o espaço sob a bagageira). Seguimos viagem.
Em condução, rédea solta, destaque-se novas e melhoradas funcionalidades de segurança activa como o sistema de pré-colisão, o sistema de apoio em cruzamentos (detecta outros veículos e peões), a assistência de emergência à direcção, o cruise control adaptativo (pode alertar em caso de velocidade excessiva), os sistemas de estacionamento automático (a aplicação Lexus Link dispõe de uma opção de estacionamento remoto) bem como o novo sistema electrónico de abertura de portas e-latch (não permite a abertura da porta mal detecte a aproximação de um obstáculo, que pode ser um ciclista ou um peão, reduzindo em 95 por cento esse tipo de acidentes).
Do lado de fora deste automóvel em forma de diamante nota-se uma simples evolução suave, mantendo-se a linguagem de design L-finesse, aquilo a que a marca chama de “beleza funcional”, sofisticada e elegante, mas que transmite robustez e linhas musculadas. Este NX é 2cm mais comprido e 2cm mais largo, tendo sofrido um aumento de 3cm na distância entre eixos para maior espaço para os ocupantes. Na traseira, o logótipo Lexus foi substituído pelas letras da marca — algo que será a assinatura nos futuros modelos da marca — e o tempo de abertura da bagageira foi reduzido para metade (quatro segundos).
Nas suas entranhas pulsa um motor a gasolina ultra suave e um motor/gerador eléctrico. Quando totalmente carregado, este híbrido plug-in, alimentado por uma bateria de iões de lítio de 18,1 kWh, pode circular no modo cem por cento eléctrico durante mais de 64 quilómetros. E, quando ficar sem bateria, muda para o modo híbrido altamente eficiente até voltar a ligar o automóvel a uma tomada doméstica — o Lexus NX 450h+ está equipado com um sistema de carregamento de 3,3 kW altamente eficiente — o que resulta em zero emissões até 135 km/h e poupanças significativas em combustível.
A nova geração estará disponível em Portugal a partir de 2022 — desde 64.800 euros no caso do full-hybrid NX 350h e 68.500 no caso do plug-in 450h+.