Joana Craveiro pergunta o que herdamos hoje das lutas de ontem
A partir do romance A Cidade das Flores, de Augusto Abelaira, a autora e encenadora retrata uma Juventude Inquieta. De 16 a 31 de Outubro, no Teatro Nacional D. Maria II, uma peça que é um filme a ser rodado e questiona os papéis de resistência que todos desempenhamos.
Este é um desejo antigo. Há muitos anos que Joana Craveiro vem namorando a ideia de adaptar para o palco A Cidade das Flores, romance que Augusto Abelaira publicou em 1959 e que, na impossibilidade de escrever livremente sobre Portugal, abordava a ascensão do fascismo em Itália. Quando se aventurou, por fim, a levar a fundo esse desejo de trabalhar sobre a narrativa de Abelaira, a directora do Teatro do Vestido foi-se perguntando se o escritor teria estado, de facto, em Florença ou se teria vertido para as páginas do livro impressões recolhidas nalgum minucioso e fidedigno guia de viagens. Mas quando Craveiro, numa visita de reconhecimento dos lugares descritos por Abelaira e de recolha das imagens que “pintam” os cenários de Juventude Inquieta, se sentou de livro na mão na Capela Brancacci, diante do fresco A Expulsão de Adão e Eva do Paraíso, de Masaccio, com os olhos a viajarem entre a pintura e as páginas, concluiu que a descrição detalhada era prova de que o escritor também estivera ali.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.