No hotel Valverde revive-se o charme discreto do luxo
Ou dos luxos, entre alojamentos de primeira sem kitsch à vista, um pátio-jardim que é um verdadeiro oásis na Avenida da Liberdade ou a cozinha de Carla Sousa n’ O Sítio. Depois de três anos de obras de ampliação, o Valverde quase duplicou de tamanho e tem novos chamarizes para atrair hóspedes e residentes.
A fachada oitocentista tanto pode chamar a atenção como, na sua quietude, passar apenas por um piscar de olhos na cacofonia da Avenida da Liberdade. Mas basta penetrarmos no átrio, subir a escadaria, cruzar a porta para perceber que a discrição e a sobriedade são aqui trabalhadas com dedos de luxo. Passada a recepção, vamos percorrendo o hotel recanto a recanto, uma corrente de salas intimistas, vislumbres do pátio-jardim, refúgios criados para oferecer a privacidade social possível. É que há uma familiaridade nesta hotelaria que nos coloca sem snobismos na nossa casa, caso a nossa casa, claro, fosse um edifício histórico da avenida central da capital. Reconstruído ao detalhe e agora ampliado com dois prédios adjacentes, a respirar traços das townhouses londrinas e nova-iorquinas, repleto de obras de arte por entre antiguidades e mobiliário contemporâneo imaculado, o Valverde vive numa sobriedade eficiente, conseguindo até uma missão impossível para muitos destes universos: não se pressente o kitsch por lado nenhum.
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