Daniel Ricciardo conquista Monza no regresso aos triunfos na F1

Max Verstappen e Lewis Hamilton abandonaram a meio após colisão na primeira curva, deixando caminho livre à dobradinha da McLaren. Valtteri Bottas foi do último lugar ao pódio.

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Reuters/JENNIFER LORENZINI
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Daniel Ricciardo (McLaren) venceu este domingo o Grande Prémio de Itália em Fórmula 1, prova que o australiano liderou desde o início e que Max Verstappen (Red Bull) e Lewis Hamilton (Mercedes) não concluíram, ficando ambos com os carros empilhados na primeira curva sensivelmente a meio da corrida, a 14.ª da temporada, que deixa o holandês no comando do mundial de pilotos com 5 pontos de vantagem sobre o campeão do mundo.

Ricciardo - só permitiu que Verstappen e Hamilton liderassem por breves instantes, quando fez a paragem nas boxes - somou a oitava vitória em Grandes Prémios, regressando ao lugar mais alto do pódio depois do último triunfo no GP do Mónaco, em 2018. A McLaren colocou pela primeira vez desde 2010, no Canadá, os dois carros nos dois primeiros lugares, com Lando Norris a ficar em segundo, enquanto Valtteri Bottas (Mercedes) recuperou de último para terceiro. De resto, esta foi mesmo a primeira dobradinha de 2021.

Prejudicado pelo mau arranque na "sprint race", Lewis Hamilton lamentara-se antes da corrida, num discurso que parecia entregar os pontos a Verstappen. Mas a estratégia adoptada pelo heptacampeão mundial para o arranque em Monza provou que a Mercedes não estava conformada. 

Hamilton desafiou os livros e partiu de duros numa corrida em que tinha de bater o McLaren de Lando Norris para tentar ir com o holandês e grande rival na discussão do título. Apesar do risco, o britânico esteve quase perfeito ao ganhar uma posição para atacar o Red Bull, que perdera para Daniel Ricciardo a vantagem de uma “pole position” herdada de Valtteri Bottas (Mercedes) - atirado para o último lugar por uma penalização “técnica”.

Aliás, só não foi perfeito porque o instinto se sobrepôs ao aspecto racional e Max não facilitou, frustrando as intenções de Hamilton, sem espaço para “furar” e obrigado a sair de pista para evitar o contacto, no que lhe valeu a queda para o quarto lugar, atrás de Norris.

A partir daí, assistiu-se a uma espécie de repetição do sucedido da “sprint race”, com Hamilton a não conseguir passar Norris e Verstappen a experimentar a mesma frustração na perseguição ao ex-companheiro da Red Bull.

Entretanto, Valtteri Bottas recuperava terreno e aproximava-se do grupo da frente, entrando nos pontos e preparando o ataque aos lugares de pódio, conforme tinha “prometido” antes da corrida.

O golpe de teatro acabaria por dar-se quando, depois de Ricciardo ter inaugurado a ida às boxes, deixando Verstappen uma volta na liderança, o holandês foi chamado para uma troca de pneus desastrosa, cerca de cinco vezes mais demorada do que o habitual, com 11,1 segundos de paragem.

Nesse instante os astros alinhavam-se para Lewis, que finalmente passara Norris, assumindo a liderança da corrida e conseguindo uma janela de 26 segundos para o holandês... um convite à troca de pneus que a Mercedes não foi capaz de explorar, gastando mais de 4 segundos, o suficiente para Lewis e Max se encontrarem logo à saída, na primeira curva.

O desastre estava a caminho, com Hamilton a tapar o Red Bull e Verstappen a não ter o sangue frio necessário para perceber que a condução agressiva que o caracteriza estava prestes a custar-lhe uma possível vitória. Com metade da corrida cumprida, Hamilton e Verstappen acabavam encavalitados, com o halo a salvar a pele do inglês, que ainda tentou libertar-se para prosseguir em prova, quando Max se encaminhava a pé, inconformado, para as boxes.

Depois de restabelecida a ordem, com a corrida a ser retomada sem as suas duas principais figuras, assistiu-se à tentativa dos McLaren acabarem nos dois primeiros lugares do pódio, com o Red Bull de Sergio Pérez a cair “virtualmente” para quarto depois de conhecer uma penalização de cinco segundos que colocava o Mercedes de Valtteri Bottas exactamente onde o finlandês dissera que pretendia acabar... no pódio.

Pérez tinha ainda que fazer contas para não acabar atrás dos Ferrari (descontados os 5 segundos, que o atiraram mesmo para quinto), enquanto Bottas preparava o assalto impossível aos McLaren, já que o Red Bull continuava a servir de tampão na frente do finlandês, impedindo-o de conseguir melhor do que o terceiro lugar. 

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