Djokovic continua a “tirar” as pernas aos adversários

Emma Raducanu é a terceira teenager nos quartos-de-final do US Open.

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Novak Djokovic afastou o norte-americano Jenson Brooksby do US Open EPA/PETER FOLEY

O norte-americano Andy Roddick, antigo número um do ranking e campeão do US Open em 2003, comentou no Twitter, enquanto assistia à superioridade de Novak Djokovic sobre o compatriota Jenson Brooksby: “Primeiro tira as pernas… Depois tira a alma”. Um resumo em poucas palavras para descrever muitas das vitórias do sérvio, como a da noite de segunda-feira, em que eliminou o jovem Brooksby, a estrear-se nos oitavos-de-final de um torneio do Grand Slam.

Após a vitória, por 1-6, 6-3, 6-2 e 6-2, Djokovic concordou com Roddick, mas só com a primeira parte. “Não tiro a alma a ninguém. Todos têm a sua alma, temos todos almas bonitas, por isso, gosto de todos. Mas tiro as pernas, sem dúvida”, afirmou o líder do ranking, para uma enorme salva de palmas do público nova-iorquino, que, como esperado, apoiou incondicionalmente Jenson Brooksby.

O californiano de 20 anos e 99.º no ranking ATP surpreendeu Djokovic no set inicial, com uma exibição irrepreensível traduzida nos 83% de pontos ganhos com o primeiro serviço e um único erro não forçado. E juntou-se a um restrito grupo de jogadores que ganharam o primeiro set ao sérvio com um parcial de 6-0 ou 6-1: Marat Safin (em 2005), Fernando Verdasco (2005), Stan Wawrinka (2013) e Rafael Nadal (2020).

Mas Brooksby, que há menos de quatro meses estava fora do top 200, foi acusando o desgaste das rondas anteriores – uma em cinco sets e duas em quatro sets – e Djokovic pôde começar a impor uma maior agressividade para garantir, ao fim de três horas, um lugar nos quartos-de-final.

Falta agora ganhar mais três encontros no US Open para Djokovic alcançar o feito inédito, em mais de meio século, de conquistar os quatro majors no mesmo ano. Mas as dificuldades vão aumentar já quando reeditar a última final de Wimbledon, com Matteo Berrettini (8.º). O italiano, semifinalista no US Open em 2019, terminou com o belo percurso do alemão vindo do qualifying, Oscar Otte (144.º), vencendo por 6-4, 3-6, 6-3 e 6-2.

Já Lloyd Harris (46.º) continua a estabelecer máximos pessoais e vai estrear-se nos “quartos” de um Grand Slam, depois de eliminar o norte-americano Reilly Opelka (24.º), por 6-7, 6-4, 6-1 e 6-3.

O sul-africano de 24 anos, que bateu Opelka no número de ases, 36-24, terá pela frente Alexander Zverev (4.º), que ultrapassou o italiano Jannik Sinner (16.º), por 6-4, 6-4, 7-6. Esta foi a 15.ª vitória consecutiva do alemão, depois de ter conquistado a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio e o Masters 1000 de Cincinnati.

Raducanu: sete encontros sem ceder um set

No sector feminino, Maria Sakkari (18.ª) tornou-se na primeira mulher a derrotar Bianca Andreescu (7.ª) no US Open. A grega de 26 anos venceu a campeã de 2019 – e ausente do US Open em 2020 – por 6-7 (2/7), 7-6 (8/6) e 6-3, numa longa batalha que já terminou depois das duas horas da madrugada em Nova Iorque.

“Não fui muito corajosa no primeiro set, por isso tive que mudar. Queria muito ganhar e dei tudo. Foquei-me no meu ténis e tentei ser corajosa”, resumiu Sakkari, próxima adversária de Karolina Pliskova (4.ª). A checa, finalista no último Wimbledon e no US Open de 2016, já vai em 58 ases em quatro encontros, após afastar a finalista no último Roland Garros, Anastasia Pavlyuchenkova (15.ª), por 7-5, 6-4.

No outro quarto-de-final, a suíça Belinda Bencic (12.ª), medalha de ouro em Tóquio, vai enfrentar Emma Raducanu, a britânica de 18 anos que continua a causar sensação nos majors. Depois de aproveitar um wild-card para atingir os oitavos-de-final em Wimbledon, está agora nos “quartos” do US Open, no qual teve de passar pelo qualifying. E já vai em sete encontros ganhos sem ceder qualquer set e com somente 15 jogos perdidos nas quatro rondas do quadro principal – algo nunca visto desde o percurso de Serena Williams, em 2013. Frente a Shelby Rogers, última representante dos EUA no quadro feminino, a britânica ganhou por 6-2, 6-1.

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