Homenagem nas redes sociais e cerimónias de dez dias. Quais os planos para quando Isabel II morrer?
O príncipe Carlos será proclamado rei no dia a seguir à morte da rainha. Todas as redes sociais do governo britânico e da realeza deverão ter um fundo negro.
Os planos de acção e detalhes relativos ao anúncio da morte e do funeral da Rainha Isabel II incluem cerimónias fúnebres com a duração de dez dias, assim como um bloqueio das redes sociais do Governo britânico. A notícia foi avançada pelo jornal Politico, que teve acesso aos documentos confidenciais mais recentes da “Operação Ponte de Londres”, como foi identificada, que têm em conta a pandemia de covid-19.
Apesar de a rainha estar bem de saúde, aos 95 anos, os planos já são detalhados e documentados. A “Operação Ponte de Londres” revela os principais passos que o Governo e as autoridades britânicas, além da família real, têm de seguir aquando da morte da monarca.
Assim que a morte for confirmada, as autoridades serão informadas que “a Ponte de Londres caiu”. Esse será o “Dia D”, ao qual se irão seguir outros dez dias de cerimónias fúnebres – o D+1, D+2, por aí adiante até ao D+10.
A estratégia nas redes sociais desempenha um papel proeminente e inclui planos para mudar o site da família real britânica para uma página a negro com uma curta declaração que confirme a morte da rainha. Já o site e todas as páginas de redes sociais do governo irão exibir fundos pretos. O conteúdo não urgente não deverá ser publicado e as partilhas serão proibidas, a menos que seja autorizado pelo chefe de comunicação do governo.
Após os familiares, o primeiro-ministro britânico e o secretário do Gabinete, assim como alguns dos ministros e funcionários mais graduados serão os primeiros a ser informados da morte da rainha. “Acabamos de ser informados da morte de Sua Majestade, a Rainha”, deverá ler-se no aviso oficial. A morte da rainha deverá ser anunciada ao resto do mundo através de um comunicado oficial da realeza.
Nesse mesmo dia, os planos indicam que o herdeiro ao trono britânico – o príncipe Carlos – se deve encontrar com o primeiro-ministro e que será proclamado rei no dia seguinte. Ainda antes do funeral, o príncipe Carlos deverá fazer uma viagem pelo Reino Unido, até aos parlamentos da Escócia e da Irlanda do Norte.
Quanto ao caixão da Rainha, os planos indicam que, no D+5, este deve ser levado numa procissão do Palácio de Buckingham ao Palácio de Westminster, onde ficará em câmara ardente entre o sexto e o nono dias das cerimónias fúnebres.
O funeral da rainha deverá ter lugar dez dias após a sua morte, na Abadia de Westminster, e o caixão será enterrado na Capela de São Jorge, no Castelo de Windsor. Nesse dia haverá dois minutos de silêncio em todo o Reino Unido.
Os documentos têm também em conta o actual estado pandémico provocado pelo SARS-CoV-2 e alertam, por isso, as autoridades para as medidas que devem ser tomadas, tendo em conta a possível lotação de Londres, com os cidadãos a quererem prestar uma última homenagem à rainha. O plano inclui uma vasta operação de segurança para gerir multidões sem precedentes e o possível caos nas viagens, algo que poderia fazer com que a capital ficasse cheia.