Festival Andanças muda de “casa” com edição adaptada à pandemia

O evento realizou-se durante anos no concelho de Castelo de Vide, mas, a partir deste ano, “ganha” nova “casa” na aldeia de Campinho, em Reguengos de Monsaraz, com a albufeira do Alqueva como “vizinha”.

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O evento, promovido pela associação cultural PédeXumbo, realizou-se durante anos no concelho de Castelo de Vide António Carrapato

Quatro passeios e dois concertos marcam este ano o Festival Andanças, que se muda para o concelho de Reguengos de Monsaraz (Évora), este fim-de-semana, com uma edição especial adaptada à pandemia de covid-19.

O evento, promovido pela associação cultural PédeXumbo, realizou-se durante anos no concelho de Castelo de Vide (Portalegre), mas, a partir deste ano, “ganha” nova “casa” na aldeia de Campinho, em Reguengos de Monsaraz, com a albufeira do Alqueva como “vizinha".

A edição especial de 2021 intitula-se A Caminhar para o Andanças, com formato e programação adaptados ao contexto de pandemia, explicou esta quinta-feira, em comunicado, a Câmara de Reguengos de Monsaraz, que também integra a organização.

O evento será composto por quatro “visitas de passeio”, limitadas a 60 participantes, e ainda por dois concertos com uma capacidade “mais do que duplicada”, ou seja, mais de 120 pessoas, “para que a comunidade local possa também participar”, adiantou à agência Lusa a coordenadora do festival, Marta Guerreiro.

“As caminhadas já esgotaram. Mas, localmente, ainda é possível ir até à Junta da União de Freguesias de Campo e de Campinho e fazer a inscrição para os concertos. É uma forma de dar a possibilidade aos residentes de participarem no festival, caso não tenham feito a sua inscrição nas caminhadas”, explicou.

O programa arranca no sábado, dia em que se realizam os passeios Monsaraz e a Rota Megalítica & Comunidade no Andanças e Herdade do Esporão e Dança e Música no Andanças, assim como um percurso nocturno “para observações astronómicas na Reserva Dark Sky Alqueva”.

Outras das propostas do dia inaugural são um almoço ao som de cante alentejano e um concerto com os Burricos, grupo de “música tradicional portuguesa baseado nas tradições do planalto mirandês”, divulgou a autarquia.

O segundo e último dia do certame inclui o passeio A Caminhar para o Andanças, uma conversa intitulada Alqueva (EDIA) & Sustentabilidade no Andanças, a visita Centro Interpretativo da Olaria de São Pedro do Corval & Voluntariado Andanças e um concerto do cantor espanhol Sérgio Cobos.

Todos os participantes “terão de apresentar o certificado de vacinação completa, um teste negativo à covid-19 ou um autoteste realizado no Espaço Saúde do Andanças, localizado no Espaço Cultural de Campinho”, alertou o município.

Estes são ainda reflexos da situação pandémica que o país atravessa e que obrigou a uma alteração de planos constante desde Janeiro, quando estavam previstos cinco dias de festival e a organização tentava “começar a construção desta nova “casa” do festival”, mas foi “sempre sendo empurrada para a frente”, explicou Marta Guerreiro.

“Em Janeiro, acreditávamos que podíamos ter uma edição do festival muito parecida, em termos de modelo, não de dimensão, mas nestes seis meses as coisas foram sempre sendo alteradas. A nossa perspectiva nunca foi cancelar, mas sim adaptarmo-nos. Queremos mesmo chegar a este território”, frisou a coordenadora.

O Festival Andanças teve início em 1996 e junta, anualmente, “milhares de pessoas de todo o mundo, num espírito de partilha, de encontro e de práticas sustentáveis”, segundo a câmara.

No Verão de 2016, o evento, que promove “a música e a dança popular enquanto meios privilegiados de aprendizagem e intercâmbio entre gerações, saberes e culturas”, foi alvo de um incêndio, num dos parques de estacionamento, que atingiu total ou parcialmente 458 viaturas.

Em Fevereiro de 2017, o Ministério Público arquivou o inquérito instaurado ao caso, por não ter conseguido apurar as circunstâncias concretas em que o fogo deflagrou.