Este ano não há Andanças nem Festival de Guitarra de Santo Tirso
Os dois festivais, um a norte e um outro mais a sul, param por um ano. O primeiro porque não viu garantidas as condições para voltar à albufeira da Barragem de Póvoa e Meadas. O segundo está a ser “repensado”.
Já existiam datas marcadas e a promessa de um regresso às margens da albufeira da Barragem de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide mas, este ano, o festival Andanças não se vai realizar. Entre 4 a 10 de Agosto, como estava previsto, já não há festa e a organização, em comunicado, diz que é alheia ao cancelamento mas que em 2020 o festival regressará. O mesmo acontece com o Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso, que, 25 depois da primeira edição, pára por um ano para ser “repensado”.
Em comunicado publicado no site oficial do festival, a Associação PédeXumbo, que organiza o evento, adianta que a 24ª edição do Andanças foi cancelada. O regresso às margens da albufeira da Barragem de Póvoa e Meadas, onde em 2016 um incêndio destruiu mais de 400 carros, fica adiado por um ano.
Diz a organização que este regresso ao local onde já não se realizava há três anos serviria para proporcionar aos visitantes o “conforto” de outras edições, garantindo a “segurança” dos mesmos. Porém, “apesar de todas as diligências realizadas”, será “impossível garantir os pressupostos necessários” à concretização do que estava projectado para esta edição. Torna-se, por isso, “inviável” dar continuidade ao processo de produção. Face à inexistência de outra alternativa, o evento foi cancelado.
Os responsáveis pelo evento dizem ir aproveitar este interregno para projectar um Andanças “assente na sustentabilidade” e adaptado “aos desafios emergentes” de forma a proporcionar condições que respondam às “alterações climáticas”. Lamentando profundamente a não-realização da edição de 2019, informam que todos os que já adquiriram bilhete serão ressarcidos do valor do mesmo.
Um hiato para repensar um festival com 25 anos
Este ano, o Festival Internacional de Guitarra de Santo Tirso celebraria 25 anos desde que, em 1994, se realizou pela primeira vez. Seria a 26ª edição de um evento dedicado, sobretudo, à guitarra clássica, mas também a outras versões do instrumento, que conta todos os anos com músicos originários de várias zonas do globo. A festa, porém, foi adiada. O festival entra num hiato de um ano para voltar em 2020 com formato “repensado”.
Contactada pelo PÚBLICO, a câmara de Santo Tirso, responsável pelo financiamento do evento, diz, em resposta por email, que a autarquia considerou ser importante “introduzir alterações no formato do festival, de forma a manter a qualidade e o prestígio da iniciativa”. Sem especificar o que vai mudar no evento, diz que esta paragem surge para que possa ser “repensado”.
Pelo festival, ao longo dos anos, passaram artistas como Carlos do Carmo, Anoushka Shankar, Gonçalo Pereira, Pablo Márquez ou Aldi Meola. No ano passado, tocaram Rovshan Mamedkuliev & Orquestra ARTAVE, Möller-Fraticelli Duo, Uwe Kropinski Trio, Tomás Gubitsch Trio, Lisboa String Trio, Manuel Barrueco & Beijing Guitar Duo, Ricardo Gallén.
Este ano, no “festival de guitarra mais antigo do país”, os acordes de guitarra não se vão ouvir, mas a autarquia diz que este é apenas um breve “interregno”. A 26ª edição já está a ser repensada e prevê-se que seja apresentada “já no final do Verão, com várias novidades”.