As memórias “íntimas e sinceras” do príncipe Harry chegam no fim do próximo ano

Harry diz que está a escrever para mostrar como, independentemente das origens, todos os seres humanos têm “mais em comum do que pensamos”.

Foto
O anúncio de um livro de memórias poderá ser mais uma pedra na engrenagem das relações entre os duques de Sussex e a restante família real Reuters/POOL

Depois de uma entrevista em que, pela primeira vez, tocou nas feridas da sua infância e juventude, e a seguir a vários desabafos em forma de podcasts, o príncipe Harry prepara-se agora para pôr tudo por escrito, num livro de memórias, que será editado pela Penguin Random House e que chegará aos escaparates no fim de 2022.

O sucesso de vendas é praticamente garantido, dada a curiosidade que a família real britânica suscita, ficando por saber de que forma os desabafos irão influenciar a sua imagem, que, depois de ter conquistado simpatias, tem vindo a sofrer algum desgaste, sobretudo depois de a imprensa norte-americana ter começado a explorar as contradições das histórias relatadas pelo célebre casal.

As memórias “íntimas e sinceras”, explica a conceituada editora e uma das mais relevantes de língua inglesa, construirão um “relato definitivo das experiências, aventuras, perdas e lições de vida que ajudaram a moldar” quem Harry é hoje. Segundo a Reuters, o príncipe corrobora a informação: "Estou a escrever isto não como o príncipe que nasci, mas como o homem em que me tornei”.

“Tenho usado muitos chapéus ao longo dos anos, tanto literal como figurativamente, e a minha esperança é que, ao contar a minha história — os altos e baixos, os erros, as lições aprendidas —, possa ajudar a mostrar que independentemente de onde viemos, temos mais em comum do que pensamos.”

De acordo com a Penguin Random House, o livro irá recordar a infância de Harry, o tempo de serviço militar, incluindo as missões no Afeganistão, e a sua vida como marido e pai. Já sobre valores nada foi adiantado, excepto que o príncipe irá doar as suas a obras de beneficência.

O anúncio de um livro de memórias escrito pelo próprio poderá ser mais uma pedra na engrenagem das relações entre os duques de Sussex e a restante família real, sobretudo numa altura em que os biógrafos de Harry e William vendem versões distintas do que levou os dois irmãos a caminhos diferentes: o biógrafo do filho mais velho de Carlos garante que foi o “inaceitável” comportamento de Meghan com os funcionários do Palácio de Kensington, que os dois casais partilhavam, que levou William a dar um murro na mesa; os autores que seguem o irmão mais novo alertam para a possibilidade de ter sido o próprio William a construir uma imagem negativa da cunhada, ditando que os funcionários pusessem a circular informações falsas sobre as suas atitudes.

Harry e a mulher Meghan renunciaram aos deveres reais no início de 2020 e vivem, actualmente, na Califórnia, EUA, com os dois filhos: Archie, de 2 anos, e Lilibet Diana, nascida a 4 de Junho. No entanto, a saída de debaixo da alçada da rainha não aconteceu como os dois desejavam: os duques pretendiam manter funções em part-time e regalias (como a dispendiosa segurança ou rendimentos provenientes do Fundo Soberano). No entanto, Isabel II decidiu que, embora Harry e Meghan continuem “a ser membros muito queridos da família”, o afastamento é incompatível “com as responsabilidades e deveres que vêm com uma vida de serviço público”.

Já longe do Reino Unido, e mais de um ano após o anúncio da partida, os duques de Sussex deram uma entrevista a Oprah Winfrey, transmitida em Março, em que acusaram a família real de negligência em relação à saúde mental da ex-actriz, tendo Meghan revelado ainda que um membro sénior terá questionado o tom de pele com que um filho do casal nasceria.

Na altura, o Palácio de Buckingham reagiu, declarando que a família real estava “triste" ao saber como os últimos anos foram um desafio para o casal. O comunicado oficial distinguiu-se pelo facto de nenhum dos visados ser tratado pelo título, mas apenas pelo nome próprio. Paralelamente, William respondeu directamente aos repórteres, garantindo que a família não é racista.

Sugerir correcção
Comentar