Vacina portuguesa termina ensaios não clínicos com “elevada segurança e eficácia”

A empresa garante que os ensaios demonstraram “uma elevada segurança e eficácia” numa infecção letal por SARS-CoV-2.

Foto
A biotecnológica portuguesa está sediada em Cantanhede Nelson Garrido

A biotecnológica portuguesa Immunethep anunciou esta terça-feira que os ensaios não clínicos da sua vacina contra o coronavírus já terminaram e demonstraram “uma elevada segurança e eficácia” numa infecção letal por SARS-CoV-2.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a empresa sediada em Cantanhede, no distrito de Coimbra, refere que nos ensaios não clínicos foram usados como modelo animal os ratinhos transgénicos k18-hACE2 que, infectados com o coronavírus, desenvolvem uma doença semelhante aos humanos.

Citado no documento, o co-fundador e director científico da Immunethep afirma que, “através destes ensaios não clínicos e da taxa de sobrevivência de 100% observada, foi possível confirmar a eficácia da vacina em infecções letais por SARS-CoV-2”.

A biotecnológica portuguesa sediada em Cantanhede, Portugal, estava a realizar ensaios pré-clínicos da sua vacina SIlba (SARS-CoV-2 Inactivated for Lung B and T cell Activation), há vários meses.

“Após a infecção com um inóculo letal do vírus verificamos que, comparativamente com ratinhos controlo (que não sobreviveram), os animais vacinados tinham uma sobrevivência de 100% nos animais vacinados com a vacina SIlba, observável logo na primeira semana após a infecção, além disso, não demonstraram quaisquer efeitos adversos após a vacinação”, lê-se na nota.

Desde a sua fundação, em 2014, que a Immunethep se tem dedicado ao desenvolvimento de imunoterapias, principalmente contra infecções bacterianas multirresistentes, contando actualmente com 10 colaboradores.

“A realização deste projecto em Portugal permite o desenvolvimento de competências únicas à escala global no desenvolvimento de vacinas e outros produtos biológicos”, conclui o co-fundador e director executivo da Immunethep, Bruno Santos.

Este responsável sublinha ainda que o rápido apoio por parte das entidades governamentais “é essencial para que possamos dar continuidade aos ensaios clínicos da vacina, a tempo de contribuir para a resolução da pandemia da covid-19”.