Depois de ficar sem agente, Britney Spears perde advogado designado por tribunal

Samuel Ingham apresentou um pedido para ser retirado do caso da cantora, mas aceitou ficar em funções até que o tribunal atribua um novo causídico.

Foto
Na próxima semana está marcada uma nova audiência em tribunal REUTERS/MARIO ANZUONI

Nos últimos dias, os ventos não têm soprado a favor de Britney Spears. Primeiro, a empresa de gestão de fortunas e investimentos Fundo Bessemer apresentou um pedido em tribunal para que lhe seja retirada a responsabilidade de ser co-curadora dos bens da cantora. No início desta semana, o agente da artista, Larry Rudolph, também apresentou a sua demissão, alegando que a “princesa da pop” quer reformar-se. Agora, o advogado indicado pelo tribunal para defender os seus interesses no caso da tutela a que está sujeita, há 13 anos, Samuel Ingham, decidiu afastar-se.

Samuel Ingham tem representado Britney Spears desde o início do processo de perda da autodeterminação da cantora, em 2008. De acordo com o Tribunal de Los Angeles, o advogado terá entregado documentos que informam a sua decisão de se afastar do processo. Não foram apresentados motivos para a demissão, mas Ingham ter-se-á mostrado disponível para continuar em funções até que o tribunal atribua um novo advogado à cantora.

Passaram duas semanas desde que Britney Spears, de 39 anos, fez uma declaração emotiva, por videochamada, ao tribunal, em que descreveu a tutela a que está sujeita, desde 2008, como “estúpida” e “abusiva”, desabafando que quer a sua “vida de volta”. No testemunho, a estrela contou ter sido forçada a tomar um medicamento contra a sua vontade e ter sido impedida de casar ou de remover um dispositivo contraceptivo para poder tentar ter um bebé com o seu actual companheiro, Sam Asghari (Britney Spears tem dois filhos, Sean, de 15, e Jayden, de 14 anos, que estão com o pai, o dançarino e rapper Kevin Federline).

Agora, se ex-fenómeno adolescente, conhecida por sucessos como Toxic ou Baby one more time, quer mesmo voltar a ser dona da sua vida (ou simplesmente deixar de ter o pai a comandar o seu destino) terá de apresentar uma petição nesse sentido, mas também convencer a juíza de que é capaz de gerir os seus bens e assuntos pessoais.

Para isso, já não poderá contar com o apoio de Samuel Ingham. Não se sabem os motivos que levaram o advogado a pedir demissão, mas quando Britney Spears se dirigiu ao tribunal queixou-se de não ter o direito de escolher o seu próprio advogado.

Uma das grandes conquistas do processo foi, no ano passado, quando Ingham interpôs uma acção para retirar o pai da artista da função de curador da sua fortuna, substituindo-o pelo Fundo Bessemer. A juíza do Tribunal Superior de Los Angeles, Brenda Penny, rejeitou o pedido, mas designou a firma — que, entretanto, pediu que lhe seja retirada a responsabilidade — como co-curadora do património de Spears, na altura avaliado em 60 milhões de dólares (cerca de 50 milhões de euros).

Em 2019, Jamie Spears foi forçado a afastar-se durante algum tempo do papel de tutor, ou seja, das decisões sobre a vida pessoal da filha, deixando a agente Jodi Montgomery temporariamente nesse papel. Actualmente, é Jodi Montgomery que trata dos assuntos pessoais da cantora, tendo esta solicitado para que o papel provisório passe a definitivo. Porém, o pai apresentou um pedido para que a agente seja investigada, na sequência do testemunho de Britney.

Ainda assim, Jodi Montgomery garantiu, em comunicado divulgado esta terça-feira, que Britney Spears lhe pediu que continuasse a ser a sua tutora para os assuntos pessoais e médicos, pedido que a agente terá aceitado. Para a próxima semana está marcada uma audiência em tribunal, em que a tutela da cantora continuará a ser discutida.