O avô é imortal

Eu queria levá-los à feira como o meu pai me fazia. Queria dar-lhes um churro cheio de gordura e chocolate e comprar-lhes senhas para que pudessem andar de carrossel até se sentirem tontos.

Foto
"Mas no meio daquela noite tão estranha achei, por alguma razão, que ir comprar as farturas era uma coisa que fazia imenso sentido" Nelson Garrido

Em circunstâncias normais, estas palavras estariam a ser escritas ao mesmo tempo que a brisa me impregnava o quarto com o cheiro enjoativo das farturas e que uma voz cheia de efeitos me adentrava a casa enquanto anunciava o preço dos bilhetes para a pista de carrinhos de choque. Mas este é o segundo ano em que as circunstâncias não são normais e em que a cidade que me viu nascer não vê a Feira de São João tomar conta do Rossio.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.