Colum McCann: “Em vez de escrever sobre o que sei, quero escrever acerca do que quero saber”

Dois homens, um israelita e um palestiniano, perdem as filhas para um conflito. Isso mudou-os. Apeirogon é uma ode arriscada, tão bela quanto dramática, ao luto enquanto arma pela paz. Sem ponta de sentimentalismo e a tocar onde importa, na dor, na beleza da vida.

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Leonardo Cendamo/Getty Images

“Vou viver com este livro para sempre, talvez mais do que com qualquer outro que escrevi. Levei para dentro dele aquilo em que acredito. Sobre sentimentos, sobre como contar histórias, sobre narrativa”, diz Colum McCann sobre Apeirogon enquanto leva à boca uma garrafa de água. Está sentado no sofá por baixo de um quadro da autoria de John Hawke, o cunhado. Fala, fala muito, o sotaque irlandês a sobrepor-se aos muitos anos em que vive em Nova Iorque onde ensina no Hunter College. “Nova Iorque está a recuperar. As ruas estão cheias de vida, os restaurantes abertos, toda a gente na rua. A cidade está eléctrica nas últimas três semanas. Antes disso era terrível, muito deprimente.” Ouve-se a sirene de um carro de polícia. “Está a ver, as pessoas estão a cometer crimes outra vez!” Dá uma gargalhada. “É uma boa altura para se ser muito jovem, acho que o Verão vai ser a loucura! We’re ready to rockn’roll!”

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