A ciência mostra que o São Vicente dos Painéis já esteve todo vestido de azul

A dada altura, as vestes litúrgicas do mártir que nos habituámos a ver de vermelho foram azuis. Porquê? Não se sabe ainda. Conhecer com rigor que pigmentos e corantes foram usados nesta obra do século XV ajuda os conservadores a decidir como hão-de tratá-la.

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Esta pintura é-nos tão familiar que se torna difícil imaginar que a dalmática vermelha e dourada que S. Vicente veste já foi azul daniel rocha
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Pormenor do Painel do Arcebispo Michele Gironda/Bruker Nano Analytics
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O mesmo pormenor com um mapa de distribuição dos elementos químicos: cálcio (C, amarelo), cobre (Cu, verde), mercúrio (Hg, vermelho) e chumbo (Pb, cinza) Michele Gironda/Bruker Nano Analytics
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Este mapa, no mesmo segmento do painel, mostra a distribuição apenas do cobre (Cu), provavelmente associado ao pigmento azurite. O sinal intenso de Cu indica que este pigmento, à base de cobre, se encontra na dalmática do santo Michele Gironda/Bruker Nano Analytics

Às vezes o que fazemos hoje obriga a que regressemos ao passado. Foi o que aconteceu a José Mendes, o conservador restaurador que se juntou recentemente à equipa multidisciplinar que está a preparar a intervenção nos Painéis de São Vicente (c.1470), de Nuno Gonçalves, a mais importante pintura antiga portuguesa. 

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