Portugal vai ajudar Índia em momento “bastante grave” da pandemia
O mecanismo europeu de protecção civil está a contactar os diferentes Estados-membros para construir a resposta e Portugal entrará na construção através dos mecanismos habituais.
Portugal vai mobilizar a Protecção Civil e meios dos ministérios da Saúde e dos Negócios Estrangeiros para apoiar a Índia, através da União Europeia (UE), devido à grave situação pandémica no país, anunciou esta segunda-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Nós estamos neste momento a organizar, no âmbito da União Europeia, uma resposta de apoio à Índia”, declarou Augusto Santos Silva, durante uma conferência de imprensa para apresentar o programa de comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa.
Segundo Santos Silva, “a Índia pediu a mobilização do mecanismo europeu de protecção civil em apoio à situação pandémica que vive e que, de facto, é bastante grave”.
O mecanismo europeu de protecção civil está a contactar os diferentes Estados-membros para construir esta resposta e Portugal entrará na construção desta resposta através dos mecanismos habituais.
“No caso [de Portugal], isso significa a mobilização da nossa Autoridade Nacional de Protecção Civil, de meios do Ministério da Saúde e também dos meios necessários do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, acrescentou.
A Índia contabilizou 352.991 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, um novo máximo a nível mundial, numa altura em que o país se debate com falta de oxigénio e de recursos para combater a doença.
O país registou ainda 2812 mortes provocadas pelo coronavírus SARS-CoV-2, um novo máximo nacional desde o início da pandemia, segundo dados do Ministério da Saúde indiano.
Com uma população de 1,3 mil milhões de habitantes, a Índia está a braços com um surto devastador, batendo recordes de mortes e contágios há cinco dias consecutivos, e levando vários países a oferecerem ajuda ao gigante asiático.
No domingo, o Governo britânico anunciou que enviou mais de 600 peças de equipamento médico de emergência, incluindo respiradores.
No mesmo dia, os Estados Unidos decidiram enviar recursos médicos e matérias-primas para fabricar vacinas na Índia, retribuindo a ajuda que receberam daquele país no início da pandemia.
O chefe do Governo de Nova Deli, Arvind Kejriwal, anunciou no domingo o prolongamento do confinamento por uma semana da cidade de 20 milhões de habitantes, a mais afectada pela nova vaga.
Desde o início da pandemia, a Índia acumulou 195.123 óbitos e 17.313.163 infecções, sendo o segundo país do mundo com mais casos, atrás dos Estados Unidos, e o quarto com mais óbitos, depois de EUA, Brasil e México. O país tem actualmente 2.813.658 casos activos, segundo o Ministério da Saúde indiano.