Trabalham o mesmo número de horas, em alguns casos até mais, mas continuam a ganhar os salários mais baixos e são escolhidas para os postos de trabalho em que apenas se recebe o salário mínimo nacional. Em Portugal, os sucessivos estudos continuam a demonstrar que o papel da mulher no mercado de trabalho continua a ser desigual em relação ao homem. Assim é também em termos mundiais, em que as diferenças continuam a persistir e a lista do inquérito britânico Smart Survey destaca-as.
Melhor do que a França, o Canadá, a Grécia ou a Eslováquia. Pior do que a líder, Noruega, a Dinamarca, a Finlândia, a Nova Zelândia e a Suécia. De acordo com a análise, entre 27 países, Portugal é o sexto melhor para as mulheres trabalharem. O México é o pior.
Diferença salarial entre géneros, quantidade de mulheres que fazem parte da força de trabalho, duração das licenças parentais e custo para uma mulher abrir e registar um negócio foram os parâmetros analisados e a Europa domina quase todos os lugares de destaque. O mesmo não acontece com o México, que apresenta a pior classificação. Itália, Israel, Áustria, Chile e EUA são os dez países com pior resultado.
O facto de não ser valorizada pelo empregador e as barreiras impostas à progressão na carreira podem ter um impacto negativo no envolvimento e continuidade das mulheres nas empresas ou organizações onde trabalham. No entanto, em Portugal, a forte participação feminina no mercado de trabalho (49,13%) põe o nosso país em primeiro lugar no panorama europeu.
No campo das diferenças salariais, as portuguesas recebem menos 9,54% do que os homens – na Colômbia essa diferença é de apenas 4% (um valor abaixo da líder, Noruega, que apresenta 5%). A Coreia do Sul é o país onde a diferença é maior (32,48%).
Em Portugal, ainda que as diferenças entre géneros sejam muitas, há situações em que existe um equilíbrio comparativamente aos outros países. É o caso das licenças de maternidade: os resultados do estudo britânico apontam para as 30,1 semanas de licença para as trabalhadoras portuguesas. Trata-se de um valor não muito alto quando comparado com as 164 das mães eslovacas, mas muito superior às 12 semanas de licença no México ou ao nenhuma nos EUA.
Texto editado por Bárbara Wong