Após medidas voluntárias, ainda há pelo menos 400 trabalhadores a mais na TAP
Administração da TAP diz que a segunda ronda de medidas de adesão voluntária, que decorreu entre 11 e 16 de Abril, contou com a adesão de 122 trabalhadores, o que representa um “redimensionamento de cerca de 100 postos de trabalho”.
Após a segunda ronda de medidas de adesão voluntária, a qual a TAP diz ter contado com a adesão de 122 trabalhadores, o que representa um “redimensionamento de cerca de 100 postos de trabalho” (devido ao efeito da passagem de alguns para trabalho a tempo parcial), a empresa contabiliza ainda “435 a 500” funcionários que terão de sair de modo a cumprir com as metas do plano entregue em Bruxelas.
De acordo com a informação prestada numa mensagem enviada esta quarta-feira pela administração aos trabalhadores, desde que o processo foi aberto, a 11 de Fevereiro, chegou-se a um total de 791 adesões às medidas voluntárias (rescisões por mútuo acordo, trabalho em tempo parcial, reformas antecipadas, pré-reformas e licenças sem vencimento), o que equivale a uma redução de cerca de 730 postos de trabalho.
Segundo a TAP, há ainda “cerca de 25 candidaturas” em análise e outras 47 transferências para a Portugália, no âmbito das “cerca de 150 vagas” disponíveis. Ao número de 730, diz a administração, soma-se “a preservação de até 750 postos de trabalho decorrentes das medidas implementadas no âmbito dos acordos de emergência celebrados” com os sindicatos, elevando o total para 1480.
Assim, e partir do número inicial de 2000 trabalhadores considerado como estando em excesso na companhia aérea na actual conjuntura, a TAP chega aos 435 a 500 trabalhadores que ainda terão de sair da empresa. Estes funcionários já estão identificados, e estão a ser chamados desde a passada segunda-feira para reuniões individuais, durante as quais são confrontados directamente com a hipótese das medidas voluntárias já apresentadas de forma geral, e às quais optaram por não se candidatar. Caso não haja acordo final, a empresa já afirmou que terá de avançar com medidas “unilaterais”, ou seja, com o despedimento colectivo.
Este processo de redução de trabalhadores, explicam o presidente do conselho de administração, Miguel Frasquilho, e o presidente da comissão executiva, Ramiro Sequeira, “é absolutamente essencial para assegurar um futuro viável e sustentável para a TAP”, garantindo “um número estimado de cerca de 8100 postos de trabalho no grupo TAP, 6600 dos quais na TAP SA”.
Enquanto não chega a “luz verde” de Bruxelas ao plano de reestruturação, algo que o Governo e a companhia esperam que aconteça só em Maio, foi pedido à Comissão Europeia autorização para conceder um “auxílio intercalar” à TAP, que pode ir “até aos 463 milhões de euros”. Isto, conforme foi anunciado, para conceder liquidez e “dar resposta mais imediata às necessidades de tesouraria” da transportadora aérea até à aprovação do plano de reestruturação. No entanto, Bruxelas ainda não se pronunciou sobre esta matéria.
Num comunicado conjunto divulgado a 12 de Março, o Ministério das Finanças e o Ministério das Infra-estruturas referiram que, “a ser aprovado, este montante reduzirá as necessidades de tesouraria para 2021 que constavam do plano de reestruturação”, algo que deverá acontecer em Abril.
O primeiro trimestre deste ano, devido às restrições impostas pelo desenvolvimento da pandemia – que levou inclusive à suspensão dos voos com o Brasil –, foi mais negativo do que o estimado. Quanto ao ano passado, o efeito da covid-19 nas contas da TAP vai ser conhecido esta quinta-feira ou nos próximos dias, prevendo-se um prejuízo da ordem dos 900 milhões nas contas da TAP SA e de cerca de 1000 milhões ao nível do grupo.