Concelhos acima do limite de incidência mudam, mas continuam a ser 29
Há 17 concelhos com uma incidência entre 120 e 239,9 casos por 100 mil habitantes, já acima do limite imposto pelo Governo. Por outro lado, há 62 municípios (20%) com uma incidência cumulativa nula: não registaram qualquer novo caso entre 6 e 13 de Abril.
O número de concelhos acima do limite de incidência definido pelo Governo mantém-se em 29, de acordo com o boletim da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado nesta sexta-feira. Há agora 29 concelhos com uma incidência cumulativa superior a 120 novos casos de infecção por 100 mil habitantes a 14 dias, o mesmo número do que na última actualização, feita na passada sexta-feira, dia 9 de Abril.
Segundo o boletim, há 17 concelhos com uma incidência entre 120 e 239,9 casos por 100 mil habitantes (já acima do limite imposto pelo Governo); sete que registam entre 240 e 479,9 casos; três que têm entre 480 e 959,9 casos e dois que contabilizam mais de 960 casos por 100 mil habitantes.
Apesar de o número de concelhos acima do limite de incidência se manter em relação à última actualização, há municípios que saíram e outros que entraram na lista de risco. Em Beja, por exemplo, a incidência desceu de 173 para 107 casos por 100 mil habitantes. Numa trajectória contrária, Mêda passou de 44 casos para 131 casos por 100 mil habitantes.
O país tem agora dois concelhos com uma incidência cumulativa de nível máximo (acima de 960 casos): Nordeste e Vila Franca do Campo (ambos em São Miguel, nos Açores) registam uma incidência de 1049 casos e 1312 casos por 100 mil habitantes, respectivamente.
No patamar anterior (entre 480 e 959,9 casos), há três concelhos: Barrancos (551 casos), Machico (581 casos) e Odemira (757 casos). Há ainda sete municípios que registam entre 240 e 479,9 casos: são eles Alandroal (361 casos), Aljezur (304 casos), Moura (313 casos), Penela (334 casos), Portimão (382 casos), Resende (385 casos) e Rio Maior (309 casos).
Alguns destes concelhos fazem parte da lista de dez municípios que registaram, em duas avaliações consecutivas, um índice de transmissibilidade superior a 1 e uma incidência de novos casos por 100 mil habitantes superior a 120, os dois indicadores que têm guiado o avanço (ou recuo) da abertura do país. Por essa razão, não vão avançar ou vão mesmo recuar um nível no plano de desconfinamento. Alandroal e Penela, por exemplo, fazem parte do grupo de seis concelhos que não avançam para a terceira fase do desconfinamento. Já Moura, Portimão e Rio Maior fazem parte da lista de quatro concelhos onde vai ser necessário dar um passo atrás. Nestes municípios passam a vigorar as regras da primeira fase de desconfinamento.
Os restantes dois concelhos que apresentam agora mais de 240 casos por 100 mil habitantes (Resende e Aljezur) estão em “alerta”. Segundo explicou António Costa na conferência de imprensa desta quinta-feira, estes municípios têm pela primeira vez uma taxa de incidência superior a 120 casos por cada 100 mil habitantes e, por isso, vão estar sob “especial atenção” nos próximos 15 dias. Se na próxima avaliação quinzenal continuarem em situação de risco, poderá ser necessário recuar ou não avançar no plano de abertura de desconfinamento.
Existem 62 concelhos (20%) com uma incidência cumulativa nula: não registaram qualquer novo caso entre 6 e 13 de Abril. Além disso, há 49 municípios que contabilizam menos de 20 casos por 100 mil habitantes. Feitas as contas, mais de um terço dos concelhos do país (36%) regista um incidência nula ou de nível mínimo.
Os dados agora apresentados correspondem ao período entre 6 e 13 de Abril. Na passada sexta-feira, a DGS adiantou que o boletim que contém as incidências cumulativas a 14 dias por concelho vai passar a ser publicado à sexta-feira para “diminuir o intervalo entre a extracção de dados e a publicação dos mesmos”.
Segundo explica a DGS, a incidência cumulativa corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e população residente estimada, por concelho, a 31 de Dezembro de 2019, pelo Instituto Nacional de Estatística.
Os dados do boletim da DGS revelam também que o indicador R(t) (o índice de transmissibilidade da doença) nacional se fixa nos 1,05. Já a incidência a 14 dias por 100 mil habitantes fixa-se em 71,6 novos casos se for considerado todo o país. O continente regista um valor ligeiramente abaixo: 68 novas infecções por cem mil habitantes.