Inquérito revela que as compras online cresceram durante a pandemia

Jovens, adultos e idosos sentem o impacto da pandemia nas suas rotinas. Aumentam as compras online, o uso dos smartphones e o tempo em frente ao ecrãs.

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Maxim Shemetov/Reuters

Durante a pandemia aumentaram as compras online, revela um inquérito feita a 800 portugueses, levado a cabo pela Boutique Research, empresa de estudos de mercado, e a Celside Insurance, seguradora de dispositivos multimédia. Segundo a sondagem, a prática foi transversal a toda a população: cerca de um em cada nove portugueses (88%) recorreu a este método de consumo, sendo que 66% admitiu tê-lo realizado mais durante esta altura.

Os millennials, entre os 25 e os 40 anos, aproximadamente, foram os que disseram fazer mais compras online (93%). Seguiu-se então a geração Z (90%), menor de 25 anos. No entanto, os valores foram também elevados na população mais velha — tanto o grupo dos 50 aos 64 anos como aqueles a partir dos 65 se mostraram adeptos do consumo no espaço digital, com uma percentagem de 88% e 70%, respectivamente.

Quanto ao conteúdo, as compras foram sobretudo de roupa e acessórios (56%) ou comida, que se dividiu entre restauração e entregas ao domicílio (54%) e supermercados (48%). Ainda assim também foi significativo o consumo online de produtos de tecnologia (32%) e de cultura (31%), como livros e serviços de streaming. O equipamento mais utilizado para a prática foi o computador (58%), logo seguido, do smartphone (54%). Já a periodicidade deste comportamento variou entre pelo menos uma vez por semana (30%) e uma vez por mês (25%).

Smartphones são os favoritos

Porém, o impacto da pandemia não se sentiu apenas no consumo online, mas num uso generalizado de tecnologia. Desde logo, três em cada quatro portugueses (76%) admitem ter investido nesta indústria durante este período, enquanto 52% gastou mais de 100 euros em aparelhos tecnológicos. São os smartphones os grandes favoritos dos tempos que se vivem.

Assim, de acordo com os dados disponibilizados, 91% dos portugueses acusou um impacto da pandemia na utilização dos smartphones, com 68% a ter aumentado o seu uso e 23% a ter começado a aproveitá-lo para actividades que não fazia antes. Comparativamente ao período pré-covid, aumentou o número de pessoas a recorrer ao dispositivo pelo menos uma vez por dia para: enviar e ler mensagens (de 79% para 86%); se informar sobre a actualidade (67% para 81%); e aceder às redes sociais (72% para 81%). Cresce também a sua utilização para ouvir música (69% para 76%), e assistir a filmes ou séries (44% para 66%). Já, actividades como conhecer pessoas ou jogar jogos de vídeos através do smartphone quase não viram aumentos.

Depois deste período, 43% dos portugueses admite ser mais difícil passar sem este aparelho. Há 78% que diz que este ajuda a manter o contacto com as outras pessoas, enquanto 53% admite servir para fazer companhia e distrair. O tempo gasto, em média, por dia, em frente ao ecrã do dispositivo foi cerca de três horas, sendo os valores superiores na população mais nova, chegando quase às quatro horas, e inferiores na população mais velha, abaixo das duas horas. É de notar, no entanto, que à medida que a idade avança, os smartphones vão sendo substituídos pela televisão. Já o computador mostrou ter um papel de destaque para todas as gerações em idade activa.

Este estudo decorreu em Fevereiro e foi realizado com 800 pessoas, residentes em Portugal, através de entrevistas online. A amostra, que incluiu indivíduos a partir dos 18 anos, foi proporcional à população portuguesa no que respeita ao sexo, idade e região.


Texto editado por Bárbara Wong

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