Restaurantes preocupados com incumprimento do uso de máscara nas esplanadas

Os cafés e restaurantes voltaram a poder servir às esplanadas mas com a lotação nas mesas reduzida a quatro pessoas e encerramento obrigatório às 22h30 nos dias de semana.

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Os empresários da restauração receiam novo confinamento se o uso da máscara não for cumprido Paulo Pimenta (arquivo)

Os empresários dos estabelecimentos da restauração estão preocupados com o incumprimento por parte de muitos clientes do uso da máscara nas esplanadas e pedem ao Governo uma clarificação das regras para evitar retrocesso no desconfinamento.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Restaurantes PRO.VAR, Daniel Serra, contou que os empresários têm observado que muitos clientes não usam a máscara nas esplanadas. “Recebemos esta preocupação dos estabelecimentos da restauração e do comércio em geral. Na restauração tem a ver com o uso das máscaras e com o facto de os clientes não estarem a respeitar o pedido, e muitos empresários estão a pedir, que sempre que não estejam a consumir mantenham a máscara colocada”, descreveu, apelando a a “uma clarificação das regras de forma urgente para que se possa evitar um retrocesso no desconfinamento”.

De acordo com Daniel Serra, os empresários não conseguem impor o uso da máscara.

“Um terço dos estabelecimentos estão a operar e dois terços estão a aguardar por dia 19 de Abril e 3 de Maio para poderem voltar à normalidade e há aqui uma preocupação de forma generalizada. Os empresários estão com o coração nas mãos porque não conseguem impor essa questão e muitos clientes quase de forma inconsciente acabam por incumprir”, sublinhou.

Por isso, a PRO.VAR pede ao Governo e às autoridades de saúde uma clarificação das regras para a restauração e para o comércio em geral, nomeadamente a obrigatoriedade de afixação das mesmas à entrada dos estabelecimentos.

“Pedimos que o comércio em geral e os estabelecimentos da restauração tenham a obrigatoriedade de ter uma indicação das ‘regras covid’ nos estabelecimentos e isso não existe. É mais fácil para o empresário fazer cumprir se estiver afixado. Estamos a falar do ponto de vista também de concorrência: se for uma obrigação todos têm de cumprir da mesma forma, não há concorrência desleal. Uns cumprem, outros não e as coisas não funcionam”, explicou.

Segundo Daniel Serra, deviam ser afixadas indicações importantes como a lotação, regras básicas do uso da máscara e da desinfecção das mãos.

“Os empresários pedem que haja um equilíbrio entre o controlo da pandemia e a economia. Não queremos aqui voltar a uma situação anterior. São 13 meses de enorme dificuldade que o sector está a enfrentar e seria catastrófico voltar a confinar”, disse.

No âmbito da segunda fase de desconfinamento por causa da pandemia de covid-19, que arrancou na segunda-feira, os restaurantes, pastelarias e cafés com esplanada reabriram, mas com grupos limitados a um máximo de quatro pessoas por mesa, encerrando às 22h30 de segunda a sexta e às 13h00 ao fim de semana.

A decisão de avançar com a segunda fase do plano do Governo foi tomada na sexta-feira em Conselho de Ministros, depois de analisada a situação da pandemia em Portugal, em especial o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 e a taxa de incidência de novos casos de covid-19.

Nesta segunda fase de desconfinamento reabriram também os ginásios, mas ainda sem aulas de grupo, e os alunos dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos retomaram as aulas presenciais.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.862.002 mortos no mundo, resultantes de mais de 131,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.887 pessoas dos 824.368 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.