O mundo está a ficar sem tempo para enfrentar as alterações climáticas, diz o príncipe Carlos

O herdeiro do trono britânico mostrou-se em sintonia com as questões de defesa do ambiente.

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"A actual pandemia mostrou-nos que a saúde humana, a saúde económica e a saúde planetária estão interligadas” Reuters/POOL

O mundo está a ficar sem tempo para enfrentar as alterações climáticas, disse nesta quinta-feira o príncipe Carlos, o herdeiro de 72 anos do trono britânico, no dia em que se ficou a saber que o Reino Unido está a meio caminho de cumprir o seu objectivo de ser neutro em carbono até 2050, segundo análise da Carbon Brief. De acordo com este relatório, as emissões de gases com efeito de estufa no Reino Unido em 2020 foram 51% inferiores aos níveis de 1990.

Para que o país se mantenha no caminho certo, o príncipe disse que é crucial investir em soluções sustentáveis e que as empresas se associem aos investigadores para inovar na tecnologia em prol do clima. “Estamos a ficar sem tempo muito rapidamente. A actual pandemia mostrou-nos que a saúde humana, a saúde económica e a saúde planetária estão interligadas.”

“[A pandemia] também nos mostrou que é perfeitamente possível acelerar soluções quando trabalhamos em conjunto para um objectivo comum mais elevado”, avaliou o príncipe de Gales numa mensagem vídeo para assinalar o lançamento de um novo centro de inovação em matéria de alterações climáticas, num evento virtual organizado pelo Imperial College London.

O Reino Unido tem como objectivo atingir um resultado neutro em emissões de carbono até 2050, ao mesmo tempo que procura aumentar o emprego e reparar os danos económicos causados pela pandemia do coronavírus. O primeiro-ministro Boris Johnson anunciou no ano passado uma “revolução verde” que irá mobilizar 12 mil milhões de libras (14.026 milhões de euros) de fundos públicos e criar 250 mil empregos altamente qualificados até 2030. 

A Agência Internacional de Energias Renováveis avançou, esta semana, que em termos globais o investimento em energia limpa deve aumentar em 30% para um total de 131 milhões de milhões de dólares (110 milhões de milhões de euros) até 2050 de forma a se conseguir evitar alterações climáticas catastróficas.