Covid-19. Segunda fase do plano passará pelos centros de vacinação rápida e terá site para agendamento

Henrique Gouveia e Melo diz que os centros rápidos de vacinação serão uma realidade a partir de Abril se existirem “vacinas para os colocar a trabalhar”. Está em curso o desenvolvimento de um website para as pessoas auto-agendarem a vacinação.

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O vice-almirante Gouveia e Melo LUSA/TIAGO PETINGA

A segunda fase do processo de vacinação contra a covid-19 vai ficar marcada pela activação de centros de vacinação rápida, farmácias e um novo site para auto-agendamento, revelou o coordenador da task force.

Em entrevista à agência Lusa, o vice-almirante Gouveia e Melo diz que está já prevista para Abril, quando se iniciar a segunda fase, a criação de postos de vacinação rápida ou massiva e o lançamento de uma nova página de Internet, ficando as farmácias reservadas para quando se detectarem limitações no sistema de administração de vacinas perante a maior disponibilidade esperada no segundo trimestre.

“No mês de Abril, vai haver uma necessidade de começar a meter esses postos de vacinação rápida em execução. É um desafio, mas é um desafio que julgo que vamos superar todos. As autarquias, o Ministério da Saúde... está a ser tudo organizado para que nesse momento as coisas aconteçam da melhor forma e o mais célere possível”, afirmou.

O coordenador explica que o processo de diálogo entre autarquias, Administrações Regionais de Saúde (ARS) e Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) já existe e esteve apenas “em pausa” para evitar “falsas expectativas” face à escassez de vacinas disponíveis nesta primeira fase.

“O processo de organização está bastante trabalhado e evoluído. Estou convencido de que nós, rapidamente, conseguimos pôr esses postos de vacinação rápida a trabalhar. Tem é de haver vacinas para os colocar a trabalhar. Não faz sentido abrir um posto que pode administrar 500 ou 600 vacinas num dia e depois ter 50 vacinas para administrar”, afiançou.

Com uma média de cerca de 23 mil inoculações diárias, o processo tem assentado na comunicação com os cidadãos por SMS, os quais registam uma taxa de sucesso de marcações entre os 50 e os 54%. Os restantes utentes são alcançados através de marcações directas pelos centros de saúde, com o apoio das autarquias, sublinhou Henrique Gouveia e Melo, que anunciou também o lançamento de uma nova plataforma electrónica.

“Está em curso e vai entrar em produção já em Abril um meio alternativo através de um website, em que as pessoas poderão ter a capacidade de se auto-agendarem no processo de vacinação em determinados locais predefinidos”, realçou, sem deixar de evidenciar que o sucesso de marcação deverá subir com o progressivo alargamento a uma população mais jovem.

Farmácias como opção de reserva

Relativamente às farmácias, o coordenador da task force refere que “são uma das opções que está já identificada para entrar em acção se for necessário”, alertando para a importância de “agentes exteriores que não sobrecarreguem o sistema existente” e tecendo elogios à capacidade logística destas estruturas.

“As farmácias estão bem apetrechadas. O sistema logístico das farmácias é muito complexo, mas muito positivo, bem estruturado e claro que as vacinas que serão disponibilizadas para as farmácias serão aquelas que poderão ser conservadas num frigorífico normal. Claro que cumprindo regras determinadas pela Direcção-Geral da Saúde, mas, fazendo isso, as farmácias são, com certeza, um actor importante no processo de administração de vacinas”, asseverou.

Sobre o arranque da segunda fase, que cataloga como “uma fase de transição”, o vice-almirante esclareceu que o processo vai acelerar com a inclusão de pessoas com mais de 65 anos “de forma indiscriminada” e pessoas com mais de 50 anos, mas com um conjunto de doenças “do tipo 2 e não do tipo 1, porque essas eram as mais críticas e estão na primeira fase”.

Embora lide ainda com a reduzida disponibilidade de vacinas e a suspensão temporária da administração da vacina da AstraZeneca, o coordenador manifesta a sua convicção na protecção de 70% da população até Agosto. E nem a distinção do conceito de imunidade de grupo e de protecção da população altera o seu pensamento.

“Continuo confiante de que até ao fim do Verão teremos 70% de protecção da população. O conceito de imunidade de grupo e de protecção são dois conceitos diferentes (...), uma dose é uma grande protecção, pelo menos para a doença mais crítica. O que posso dizer é que 70% da população estará vacinada com a primeira dose no fim do Verão”.