The Black Mamba vencem Festival da Canção
A banda de Tatanka ganhou a final da 55ª edição do concurso com Love is on my Side. Irão representar Portugal em Roterdão, Holanda, na Eurovisão em Maio.
Pela primeira vez, uma canção em inglês ganhou o Festival da Canção. Tal nunca tinha acontecido, até agora. Love is on my side, de The Black Mamba, banda de Pedro Taborda, ou Tatanka, venceu este sábado à noite a final deste ano do concurso, a 55ª edição. Estavam a concurso outras nove canções: Karetus e Romeu Barios com Saudade, Joana Alegre com Joana do Mar, Fábia Maia com Dia Lindo, Valéria com Na mais profunda saudade, Carolina Deslandes com Por um triz, NEEV com Dancing in the Stars, Pedro Gonçalves com Não vou ficar, Sara Afonso com Contramão e EU.CLIDES com Volte-Face.
Os Black Mamba, a banda de Sintra que começou em 2010 e junta soul, blues, gospel, pop-rock e funk, irão assim a Roterdão, Holanda, em Maio. Vão representar Portugal na Eurovisão, que decorre entre os dias 18 e 22 desse mês, depois um ano em que a cerimónia foi cancelada. A canção vencedora ficou empatada com Por um triz, de Carolina Deslandes, com o voto do público a desbloquear o resultado, atribuindo uma maior pontuação aos Black Mamba. Em terceiro lugar ficou Dancing in the stars, de NEEV. O disco mais recente dos vencedores The Black Mamba, o terceiro, saiu em 2018 e chama-se The Mamba King.
A cerimónia foi conduzida por Filomena Cautela e Vasco Palmeirim, com Inês Lopes Gonçalves, a actual apresentadora de 5 para a meia-noite, a falar com os concorrentes na green room. Também participou, com os apresentadores, nas paródias musicais, como a que abriu a noite com uma evocação de Playback, de Carlos Paião, e a que ocorreu mais para o final da cerimónia, que se estendeu até depois da meia-noite, coincidindo com o 64º aniversário da RTP.
Além dos temas a concurso, houve espaço para homenagear, pelas vozes de Ricardo Ribeiro, Ana Moura e Camané, numa primeira fase, e depois Dino D'Santiago, Carlos do Carmo, voz maior do fado desaparecida no início deste ano, que interpretou todas as canções na edição de 1976 do Festival. E não só.
Foram também comemorados os 50 anos da gravação, em Paris, de três discos fundamentais da canção de intervenção em Portugal: Cantigas do Maio, de José Afonso, Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, de José Mário Branco, e Os sobreviventes, de Sérgio Godinho (com direito a O Charlatão contar como José Mário Branco, tendo em conta que aparece também no disco de Sérgio Godinho). Isto pelos Clã, com recurso, além da própria Manuela Azevedo, vocalista da banda, às vozes de Cláudia Pascoal, vencedora de 2018 do Festival da Canção, e Filipe Sambado, que esteve perto de ganhar no ano passado. Sérgio Godinho juntou-se à festa para cantar, com eles, Maré Alta, e depois O Novo Normal, canção recente. Elisa, a vencedora do ano passado que acabou por não ir à Eurovisão, veio ao palco cantar Medo de sentir, a canção de Marta Carvalho com que ganhou o festival.
Houve alguns problemas técnicos quando os jurados das regiões apareceram, com Rui Massena, a representar o Norte à distância, a ter de esperar até ao fim para poder falar. Além de Massena, Surma representou a região Centro, Tim o Alentejo, Aurea o Algarve, Noémia Gonçalves a Madeira e Nelson Cabral os Açores.