Príncipe Filipe “melhorou ligeiramente”, mas já há protocolo em caso de óbito real

Com 99 anos, o duque de Edimburgo está internado desde a noite de 16 de Fevereiro, tendo esta semana mudado de hospital devido a um problema cardíaco preexistente.

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O príncipe Filipe está internado há 15 dias Reuters/Lucas Jackson

O príncipe Filipe foi internado na noite de 16 de Fevereiro, por recomendação do seu médico pessoal e como “medida de precaução”, tendo sido admitido no hospital privado King Edward VII, em Londres, na sequência de uma indisposição. No entanto, o que se esperava ser uma estada curta, acabou por se arrastar no tempo, tendo o duque sido transferido no início desta semana para outra unidade, o Hospital St Bartholomew, devido a uma infecção e a uma condição cardíaca preexistente, informou o Palácio de Buckingham em comunicado, avançando-se que o duque está “confortável”.

Entretanto, o estado geral de saúde do consorte real “melhorou ligeiramente”, revelou, esta quarta-feira, a nora Camila, durante uma visita a um centro de vacinação no Sul de Londres. A duquesa da Cornualha acrescentou que toda a família real mantém “os dedos cruzados”.

Mas, ao mesmo tempo que a família se “une em orações”, a imprensa britânica avança que, devido à idade avançada do príncipe, que completa 100 anos no dia 10 de Junho, estão já delineados os preparativos para cumprir o protocolo de um óbito real.

A informação de morte iminente, ao contrário do que aconteceu com a rainha Vitória ou com Jorge V, não deve ser comunicada. Em ambos os casos, o público foi informado oficialmente pelo Palácio de que os monarcas se encontravam no seu leito de morte – no entanto, isso não ocorreu nem com o rei Jorge VI, pai de Isabel II, nem com a rainha-mãe.

Em caso da morte ocorrer, o anúncio formal deverá ser dado, em primeiro lugar, pela BBC, momentos após o acontecimento. A excepção​: caso ocorra durante a noite, a morte só será anunciada às 8h da manhã de Londres (mesma hora em Portugal continental). Então, deverá seguir-se um período de luto nacional, durante o qual as bandeiras serão colocadas a meia haste e os pivots dos noticiários se vestirão de preto. A rainha deverá recolher-se durante pelo menos oito dias, mas a pausa nas actividades da Coroa deverá estender-se por um mês.

Sobre o funeral, o que a imprensa britânica adianta é que o duque prefere uma cerimónia simples e de cariz militar (é veterano da Segunda Guerra Mundial e esteve ao serviço da Marinha Real até à coroação da mulher, em 1952), sendo que as exéquias deverão ter lugar na capela de St. George, em Windsor, e o enterro em Frogmore Gardens. Numa situação não pandémica, o funeral teria a presença da família, de amigos e de todos os chefes de Estado dos países da Commonwealth. No entanto, com o Reino Unido em confinamento, as regras sanitárias ditam um máximo de 30 pessoas num funeral.

Harry e Meghan na linha de fogo

Ao mesmo tempo que no Reino Unido as atenções estão focadas no estado de saúde do duque, do outro lado do Atlântico há pressões para que a transmissão da extensa entrevista que Harry e Meghan deram a Oprah Winfrey, programada para dia 7 de Março, seja adiada. Para já, não há qualquer comentário por parte da CBS que, com o programa, atraiu milhões em publicidade.

Já a ITV, que tinha oferecido um milhão de libras (1,16 milhões de euros) pelos direitos televisivos do programa no Reino Unido, poderá abandonar o negócio caso a saúde do príncipe Filipe piore.

Também da parte de vários especialistas nos assuntos da realeza têm surgido apelos ao jovem casal, que espera um segundo filho, para que consiga o adiamento da transmissão da entrevista na qual, ouve-se Oprah num trailer de apresentação, não há assuntos tabu.

O antigo editor do guia The International Who's Who, Richard Fitzwilliams, lembrou ao The Independent que as entrevistas reais “muito raramente acabam bem”. No entanto, neste caso particular, e depois de se terem incompatibilizado com os tablóides britânicos, Fitzwilliams percebia a vontade de os duques de Sussex de darem a conhecer o seu lado da história. Mas, diz, o momento é “muito infeliz”, sobretudo quando “o último comunicado [do Palácio] dá motivos de preocupação”.

Por outro lado, segundo o consultor histórico da série The Crown (Netflix) e autor da biografia real Majesty, Robert Lacey, em declarações ao The Daily Beast, cancelar ou adiar a entrevista seria benéfico para a imagem de Harry. Também Penny Junor, a autora de Prince Harry, Brother, Soldier, Son, defendeu que a entrevista não deveria ser transmitida agora.

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