Um incêndio deflagrou na noite desta terça-feira na ilha da Barreta, na Ria Formosa, em Faro, conhecida como Deserta, destruindo o restaurante Estaminé, o único da ilha, não havendo feridos a registar.
O fogo de “grandes dimensões”, reportou o comandante da Zona Marítima do Sul, Fernando Rocha Pacheco, tornou-se visível “até da parte de Olhão e de Faro, do lado de cá da Ria [Formosa]”, tendo várias pessoas publicado imagens e vídeos do momento. O restaurante foi “consumido” e já “não há nada a salvar”, indicou o responsável. A Ilha Deserta, sublinha o comandante Rocha Pacheco, é “uma ilha deserta, em abstracto, não tem lá ninguém”.
O alerta foi recebido por volta das 22h45, confirma a Autoridade Marítima Nacional (AMN), “através do proprietário do restaurante, que foi avisado por um pescador de que o seu restaurante estava em chamas, tendo este alertado as autoridades”. A AMN informa em comunicado que “mobilizou de imediato para o local três embarcações da Polícia Marítima, com elementos dos Bombeiros Sapadores de Faro”. Foram utilizadas “motobombas para tirar água da Ria Formosa de modo a apagar este incêndio”.
Sendo uma construção em madeira, o restaurante ardeu por completo e registaram-se algumas explosões. Segundo explica a AMB, o local "tinha no seu interior três bilhas de gás, que pelo que foi possível apurar terão rebentado”. “As causas que terão provocado o incêndio ainda estão por apurar”, acrescenta-se.
O proprietário do restaurante, José Vargas, confirmou entretanto ao jornal Sul Informação que, de facto, não estaria ninguém no local e que esteve na ilha até às 18h de terça-feira, já que o espaço estava em obras durante este período de confinamento, estando previsto para reabertura na época alta. “Não sei o que se terá passado. Agora, vem cá a Polícia Judiciária e espero que me possam dizer alguma coisa”, diz o proprietário ao jornal local, referindo que vai “activar o seguro”, “tentar perceber o que se passou e “reconstruir tudo”, estando em causa os postos de 33 trabalhadores.
O restaurante era uma atracção da Deserta, a ilha que tem o acesso mais limitado da Ria Formosa e que oferece sete quilómetros de praias, com pouco mais construções do que o espaço de restauração, pequenas cabanas de apoio à pesca e o farol.
O acesso regular é feito por barco da Animaris, empresa que detém o restaurante e concessão balnear da ilha.
O restaurante tinha espaço para 120 pessoas, baseava a restauração na gastronomia local, com mariscos e peixes, tendo a sua nova casa sido erguida em 2007, incluindo uma central fotovoltaica que “fornece toda a energia”, dizia ao Público Isabel Vicente, proprietária da Animaris juntamente com o marido, José Vargas, numa visita à ilha publicada pela Fugas.