Medina procura consenso sobre os brasões na Praça do Império - que podem ser replicados em calçada
Presidente da Câmara de Lisboa reuniu-se com peticionários. É pouco provável que os brasões florais se mantenham, mas ganha força a ideia de os replicar em calçada.
A Câmara de Lisboa está disponível para “trabalhar numa solução” que compatibilize o projecto de reabilitação da Praça do Império com os brasões das ex-colónias que actualmente existem em buxo no jardim.
Depois de uma nova petição a apelar à preservação desses brasões ter entrado na assembleia municipal com mais de 12 mil assinaturas, o presidente da câmara e o vereador do Ambiente reuniram-se com o primeiro signatário, Rafael Pinto Borges, para ver se era possível chegar a um consenso.
O encontro foi noticiado pelo Diário de Notícias e, na reunião pública de câmara desta quarta-feira, Fernando Medina confirmou-o, embora não se tenha alongado em comentários. “Foi um diálogo muito importante, muito estimulante”, disse o autarca, comprometendo-se a “trabalhar numa solução que respeite o sentido e o sentimento das pessoas que procuram a valorização desses elementos”.
Em Janeiro, o presidente da Junta de Freguesia de Belém disse ao PÚBLICO que veria com bons olhos que os brasões fossem replicados em calçada à portuguesa em redor da fonte. É essa também a posição de Cristina Castel-Branco, arquitecta paisagista que projectou a reabilitação da Praça do Império.
Os brasões florais das ex-colónias, das capitais de distrito e das ilhas foram ali colocados em 1961 no âmbito da Exposição Nacional de Floricultura e quando se assinalava o quinto centenário da morte do Infante D. Henrique. Em 2014, o vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, anunciou que a autarquia tinha intenção de retirar os brasões por estarem “ultrapassados”.
Desde então ouviram-se muitas críticas e foram lançadas várias petições em defesa dos brasões, mas a polémica recrudesceu no início de 2021 quando o PÚBLICO noticiou que as obras estavam adjudicadas e prestes a começar. A mais recente petição conta com as assinaturas do antigo presidente da Câmara de Lisboa Carmona Rodrigues e de dois ex-ministros, António Barreto e Bagão Félix, além de deputados e presidentes de junta.