Mulher do narcotraficante “El Chapo” Guzmán detida nos Estados Unidos

Acusada de traficar drogas, mas também de ter participado na fuga do marido em 2018, Emma Aisputo foi detida pelas autoridades norte-americanas. Guzman, o marido, cumpre pena de prisão perpétua desde 2019.

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Emma Coronel Aispuro, mulher de "El Chapo" JOHN TAGGART/EPA

A mulher do narcotraficante mexicano “El Chapo" Guzman, líder do cartel de Sinaloa a cumprir pena nos Estados Unidos, foi também hoje detida pelas autoridades norte-americanas num aeroporto no estado da Virgínia, anunciou o Departamento de Justiça.

Emma Coronel Aispuro, de 31 anos, que detém dupla nacionalidade norte-americana e mexicana, foi detida no aeroporto internacional Dulles e deve comparecer já esta terça-feira perante um juiz federal, enfrentando acusações relacionadas com narcotráfico.

Entre as acusações incluem-se conspiração para distribuir cocaína, metanfetaminas e marijuana nos Estados Unidos, mas também de participar activamente na fuga de Guzmán de uma prisão mexicana em 2015 e de planear um segundo resgate do marido, até que este foi extraditado, em Janeiro de 2017, a pedido das autoridades norte-americanas.

Guzmán foi julgado e condenado em 2019 nos Estados Unidos e encontra-se a cumprir pena de prisão perpétua. 

De acordo com os procuradores norte-americanos, Emma Coronel Aispuro foi um dos “cérebros” da célebre fuga de 2015, que envolveu a construção de um túnel iluminado de 1,6 quilómetros, onde foi instalada uma motorizada sobre carris, até ao chuveiro da cela de Guzman. 

Para fazer a escavação e preparar a fuga, foi comprado um terreno próximo da prisão, além de um carro blindado. 

Dentro da prisão, Guzmán recebeu um com GPS que permitiu aos seus cúmplices no exterior saber exactamente a sua posição dentro do recinto prisional, de forma a que o túnel ficasse o mais próximo possível dele. 

Uma testemunha, a colaborar com as autoridades norte-americanas, foi, juntamente com a mulher e os filhos do barão da droga mexicano, outro dos planeadores da fuga da cadeia de Altiplano, numa altura em que se preparava a extradição para os Estados Unidos.

Ao longo do seu reinado de 25 anos, o cartel de Sinaloa controlou a introdução de droga pela fronteira mexicana nos Estados Unidos, de acordo com a acusação das autoridades norte-americanas. 

Destacou-se também pela brutalidade do seu “exército de sicários”, mercenários com ordens para raptar, torturar e matar quem quer que enfrentasse o cartel.