A China também já orbita Marte, depois dos Emirados Árabes Unidos
Um dia depois da sonda Hope, dos Emirados Árabes Unidos, também a sonda chinesa Tianwen-1 conseguiu entrar na órbita de Marte.
A missão chinesa Tianwen-1 cumpriu esta quarta-feira mais um dos seus grandes objectivos: entrou com sucesso na órbita do planeta Marte, informou a Administração Espacial Nacional da China, citada pela agência Reuters. A sonda Tianwen-1 (Questões para o Céu, em chinês) combina um orbitador, um módulo de pouso e um rover e é a primeira missão interplanetária independente da China a Marte. Espera-se que pouse em Marte em Maio deste ano.
A Administração Espacial Nacional da China explicou em comunicado que a queima de combustível através dos propulsores da Tianwen-1 durou cerca de 15 minutos, tornando possível que a sonda diminuísse a sua velocidade e conseguisse entrar na órbita de Marte.
Outro dos objectivos desta sonda lançada a 23 de Julho é pousar na planície Utopia, no hemisfério Norte de Marte. “O local de pouso fica na encruzilhada de vários oceanos antigos”, explicou em comunicado a Administração Nacional do Espaço da China, citada pela agência Lusa. “Os cientistas acreditam que este local tem grande valor científico e é provável que alcance resultados inesperados.” Se tudo correr bem, a sonda vai procurar água no subsolo de Marte ou de outras provas que possam mostrar que já houve vida no planeta.
Num artigo na revista científica Nature Astronomy, a equipa da Tianwen-1 referiu que esta missão tem uma longa lista de objectivos científicos tanto em órbita como no solo de Marte. Por exemplo, em órbita, indicou que se pretende mapear a morfologia e geologia do planeta para retirar características do seu solo e da distribuição da água gelada. Também se quer recolher dados da ionosfera (camada da atmosfera) e os campos electromagnéticos e gravitacionais de Marte.
Prevê-se então que em Maio o rover chegue ao solo marciano e que pouse em Utopia Planitia, um dos locais inexplorados em Marte. O orbitador servirá ainda como um transmissor para o rover enviar e receber informação da Terra.
Esta não é a primeira vez que a China tenta ir a Marte. Já em 2011, uma sonda orbital chinesa que acompanhava uma missão da Rússia o tentou, mas acabou por não sair da órbita da Terra e ardeu mesmo na atmosfera. Neste momento, o país tem, pelo menos, mais três missões interplanetárias: uma para explorar asteróides em 2024; outra missão a Marte em 2030, em que se vai recolher amostras; e ainda uma outra para explorar Júpiter.
Daqui a uma semana, a 18 de Fevereiro, espera-se que o rover da NASA Perseverance chegue também a Marte para recolher amostras e voltar depois à Terra. Na terça-feira também a sonda Hope, dos Emirados Árabes Unidos, tinha conseguido entrar na órbita de Marte.