O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que deu esta segunda-feira o aval ao início do processo de transição de poderes para a equipa de Joe Biden. 

Trump recorreu ao Twitter para informar que autorizou a directora da Administração de Serviços Gerais, Emily Murphy, a iniciar o processo para que a equipa do Presidente-eleito possa começar a trabalhar, ainda que não reconheça a vitória do democrata.

“Quero agradecer a Emily Murphy pela sua constante dedicação e lealdade para com o nosso país. Tem sido assediada, ameaçada e abusada – e não quero ver isso a acontecer-lhe, à sua família ou aos funcionários. O nosso caso continua em força, vamos continuar a nossa luta e acredito que prevaleceremos”, escreveu o chefe de Estado. “No entanto, no interesse do nosso país, recomendo que Emily e a sua equipa façam o que tem de ser feito em relação aos protocolos iniciais e já disse à minha equipa para fazer o mesmo.”

Emily Murphy, numa carta dirigida a Joe Biden, informa-o de que os recursos da Administração de Serviços Gerais estão disponíveis e que a decisão de avançar esta segunda-feira com o processo foi tomada de forma “independente, baseada na lei e nos factos disponíveis”.

“Nunca fui directa ou indirectamente pressionada por qualquer responsável do ramo Executivo – inclusive aqueles que trabalham na Casa Branca – sobre o momento de tomar a minha decisão. Para clarificar, nunca recebi qualquer indicação para atrasar [o processo]”, disse Murphy, acrescentando que recebeu “ameaças” por mail e por mensagem no telefone. 

Emily Murphy foi nomeada em 2017 por Donald Trump para chefiar a Administração de Serviços Gerais, a entidade federal que ao dar início aos procedimentos da transição, reconhece o Presidente-eleito - o que costuma acontecer horas ou, no máximo, um dia depois das projecções dos órgãos de comunicação social. 

Este ano, e apesar de Joe Biden ter vencido as eleições, Trump contestou-as pedindo recontagens em vários estados (que não mudaram o resultado), e Murphy recusou assinar o documento que libertava os fundos e os recursos necessários à transição de poderes.