Covid-19: Portugal fez uma reserva de 7,5 milhões de testes rápidos

Além dos 500 mil testes rápidos disponibilizados pela Cruz Vermelha Portuguesa, Portugal fez uma reserva de 7,5 milhões de testes, que devem chegar no início do próximo ano.

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O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales MÁRIO CRUZ/LUSA

Portugal fez uma reserva de 7,5 milhões de testes rápidos de diagnóstico à covid-19, que deverão chegar no início do próximo ano, anunciou esta sexta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa de actualização da situação da pandemia de covid-19 da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Lacerda Sales revelou que Portugal está a fazer, em média, mais de 37 mil testes de diagnóstico à covid-19 por dia durante este mês de Novembro. Quanto aos testes rápidos de antigénio, já foram feitos e reportados cerca de 30 mil no país, numa média de 1672 por dia na última semana.

Após a divulgação destes números, o secretário de Estado revelou que, além dos 500 mil testes rápidos disponibilizados pela Cruz Vermelha Portuguesa, “Portugal fez uma reserva de 7,5 milhões de testes, através de um mecanismo europeu, que devem chegar no início do próximo ano”. “Trata-se de uma reserva que pode ou não ser activada, mas que é importante no que diz respeito à nossa preparação e à nossa resposta futura”, sublinhou.

António Lacerda Sales notou ainda que “os testes de antigénio usados no nosso país têm padrões de desempenho com valores de sensibilidade superiores ou iguais a 90%”. Mas, então, por que razão as autoridades portuguesas não começaram a usar estes testes mais cedo? A resposta é “simples”: “É preciso dar tempo à ciência. Há dois meses, os testes disponíveis não ofereciam estas garantias.”

Uma “ferramenta espantosa”, mas é preciso “cuidado” na sua regulação

O presidente do Conselho Directivo do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida, que participou esta sexta-feira na conferência de imprensa da DGS, começou, por sua vez, por destacar que os testes rápidos de antigénio “são uma ferramenta espantosa e fundamental, sobretudo para podermos ter uma maior capacidade, não só de testagem com critério, mas também para podermos actuar com mais rapidez e interromper rapidamente a cadeia de transmissão do vírus”.

Os testes rápidos permitem dar resposta “num tempo muito mais curto” do que os testes de PCR  dos quais, não obstante, não podemos prescindir “de forma alguma”. “Com este teste rápido de detecção do antigénio da cápsula do vírus, o que pretendemos é acelerar muito mais a nossa capacidade de resposta”, acrescentou o especialista.

No entanto, Fernando Almeida deixou um alerta: “Devemos ter algum cuidado porque, por vezes, podemos estar a confundir testes rápidos de outra natureza”.

“Portugal foi um dos primeiros países a aderir a esse sistema, inclusivamente através da alteração da definição de caso e, portanto, toda esta gestão dos testes rápidos de antigénio tem de ser vista com algum cuidado, regulação e rigor, não só ao nível da capacidade de testagem e do critério que nós utilizamos para fazer a colheita, mas também de leitura”, acrescentou o presidente do Conselho Directivo do INSA.

Segundo Fernando Almeida, “os serviços têm que ser perfeitamente regulamentados (por exemplo, registados na entidade reguladora da saúde), os prescritores têm que ser profissionais devidamente habilitados e os seus operadores, que fazem o teste, devem ser pessoas com competência. É uma ferramenta espantosa, mas nós teremos que ter muito cuidado na regulação de todos estes indicadores e testes”, concluiu.

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