Próxima Porto Design Biennale vai pensar cidades, mobilidade e espaço público face ao desafio da pandemia

Segunda edição da bienal decorrerá entre Porto e Matosinhos de Junho a Julho de 2021. Alastair Fuad-Luke será o curador e França o país convidado. Está aberto concurso para criar identidade gráfica do evento.

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Exposição da primeira edição da bienal ADRIANO MIRANDA

“No momento presente, com a pandemia e a crise, a prática do design pode ajudar-nos a encontrar formas de viver melhor.” Esta é a garantia do investigador britânico Alastair Fuad-Luke, que será o curador da segunda Porto Design Biennale. A organização do evento anunciou esta quinta-feira que a bienal regressará de 4 Junho a 25 de Julho de 2021 ao Porto e a Matosinhos com o tema Alter-Realidades: Desenhar o Presente.

A segunda edição da bienal organizada pela ESAD–idea, Investigação em Design e Arte e promovida pelos municípios de Porto e Matosinhos, apresentará uma programação directamente influenciada pelo ano de 2020 e pelo contexto da pandemia da covid-19. Tem como objectivo “estimular o debate em torno da capacidade do design para delinear novas soluções para problemas colectivos, numa altura em que o mundo enfrenta novos desafios e incertezas quanto ao uso, planeamento e sustentabilidade dos centros urbanos, da mobilidade dos cidadãos e da forma como o espaço público pode manter-se como catalisador de experiências”, lê-se no comunicado enviado às redacções.

O país convidado, depois de a primeira edição da bienal se ter centrado em Itália, será a França. Alastair Fuad-Luke, o curador-geral do evento, é professor e activista na área do design sustentável. Actualmente a leccionar na Universidade Livre de Bozen-Bolzano (Itália), foi professor convidado na Universidade de Aveiro entre 2014 e 2016. Explicando a sua proposta curatorial, diz que tem vindo a questionar-se sobre “como podemos criar e projectar em conjunto, revelando e amplificando criticamente Alter-Realidades que nos orientem para um futuro onde a confiança mútua e a regeneração sejam possíveis e nos permitam criar novas relações sociais”.

A bienal nortenha vai orientar-se, descreve, em torno de quatro grandes linhas temáticas: Alter-Paisagens (“criação de novas percepções da cidade e novas formas de orientação”), alter-cuidado (“materializar o design enquanto forma de cuidado de todos para com todos”), alter-produção (“procura de modos de produção capazes de renovar comunidades, ofícios e indústrias de pequena escala, valorizando a produção local de alimentos e a reconfiguração de habitats urbanos”) e alter-vivências (“práticas do design que encorajam a autonomia e exploram formas mais satisfatórias de nos relacionarmos, de viver e de trabalhar, assim como um novo entendimento do lazer”). Estes quatro questionamentos partem, nota Fuad-Luke, do que foi feito na edição inaugural da bienal.

Em 2019, a estreia da Porto Design Biennale veio colmatar a ausência de um evento do tipo depois da extinção da sua congénere e antecessora ExperimentaDesign. Segundo a organização, “mobilizou cerca de 50 mil pessoas” entre exposições, conferências ou workshops. No próximo ano, repetirá esse formato e receberá respostas às open calls que tem já no terreno – a primeira delas, que abriu no dia 10 e decorre até Janeiro, convida à apresentação de propostas de actividades-satélite; a segunda é uma abertura de candidaturas à execução da identidade gráfica desta edição (até 10 de Dezembro).

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