Se é para reequilibrar o mundo, vamos começar por uma Hortalegre
Tratam a terra com respeito, mimam-na. Flores comestíveis, levadas de água, estufas cheias de vida, casas a trepar pelas árvores. O cantinho deles é um pequeno paraíso. “Temos a oportunidade de partir do zero.” Matt e Eva aceitam voluntários — para plantar, colher e comer.
Mathieu tinha seis anos. Eva três. Os pais compraram um catamarã e lançaram-se ao mar. A viagem durou oito anos. Despediram-se da família em Portugal, atravessaram o Atlântico, percorreram a América do Sul e Central, atravessaram o Canal do Panamá, pararam na Califórnia, EUA. “Viajar, viajar, viajar”, resume muito, muito resumidamente Matt. Tinham aulas em casa “com bastante rigor” (das 7h às 13h) e assim as tardes ficavam livres para conviverem com as comunidades locais (dominam quatro línguas mais um dialecto indígena). Viveram dois anos da pesca e do artesanato enquanto navegavam pelas ilhas de Kuna Yala. “Tudo aconteceu ali”, diz à conversa com a Fugas à sombra de uma pequena floresta de “bouleau” — “bétula, é isso” — onde germinaram quatro casas de árvores, projectadas para alojar quem vem ajudar a trabalhar a terra, que os irmãos Bonnefille tratam com o máximo respeito.
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