Esta casa-miragem “levita” para vermos os animais passarem por baixo
Uma proposta sueca: a SynVillan, a “villa ilusão”, foi erigida em Eriksberg, reserva turística da natureza. Uma casa que reflecte, que se “dissolve na natureza”, e com janela no chão para estarmos de olho nos animais sem incomodá-los.
Do glamping mais criativo, entre domos ou barricas de vinho, até a sonhos entre a natureza em casas-serpente (nas Pedras Salgadas), não falta imaginação também em Portugal, nem apostas variadas em hotelaria que procura ser mais amiga do ambiente. Pela Suécia, uma das propostas recentes que está a dar que falar é esta casa que quer surgir-nos aos olhos como uma “miragem”.
Baptizada de SynVillan, fica numa reserva natural turística, Eriksberg, “hoje em dia uma das grandes áreas de protecção da natureza e da vida selvagem na Europa do Norte”. Várias espécies de veados, bisontes europeus, javalis e carneiros selvagens, além de bandos de aves, andam por ali, a fazer a sua vida. E também turistas: o parque inclui um hotel que se espalha e oferece diferentes experiências de alojamento aos visitantes, “sem chatear os animais”, explica-nos num texto de apresentação Åsa Olsson, que gere as comunicações de Eriksberg.
Nos seus quase mil hectares, em Blekinge, sudeste da Suécia, oferece safaris e várias actividades pela natureza, restaurantes, património histórico, espaços para as crianças e, agora, esta SynVillan, a “villa ilusão”, desenhada pelo arquitecto Thomas Sandell.
É uma casa para “dissolver-se na natureza”, que “levita” três metros acima do solo, com as paredes “revestidas por placas de aço”. As propriedades “reflectivas” do revestimento pretendem criar essa “ilusão de uma casa dissolvida”, uma casa que “desaparece na natureza”.
O propósito é “oferecer a oportunidade de uma experiência natural e arquitectónica que permite ao visitante chegar realmente perto dos animais”.
“Projectámos uma casa cuja forma deriva da tradicional casa sueca. O telhado é coberto de palha, mas as paredes são revestidas por uma placa de aço”, explica o arquiteco.
A casa “paira sobre um local de alimentação onde os animais vêm para comer. Conseguimos acompanhar a cena a poucos metros dos animais através de uma placa de vidro no chão”, diz Thomas Sandell.
Além de ponto privilegiado para observação, cumpre regras de sustentabilidade e protecção do meio ambiente: tem alojamento para quatro pessoas nos seus 50m2 (15m2 de varanda), dois quartos e kitchenette. Mas a energia é 100% solar e a gás. E, detalhe pouco usual em alojamentos de luxo: “não há águas correntes nem canalizações” – a sanita, p.ex., funciona por incineração dos resíduos a altas temperaturas.
A SynVillan é apenas uma das várias propostas de alojamento no parque, sendo que pretendem criar mais “quartos na natureza” que cumpram os objectivos da reserva e dos seus visitantes. Uma noite deverá custar algo perto de 360-400 euros (reservas aqui).
A reserva de Eriksberg foi fundada pelo realizador e escritor Bengt Berg nos anos de 1940. Um dos seus propósitos, resumem-nos: criar no parque “novos locais e áreas para mostrar ao homem urbano como os animais e a natureza funcionam”.