Câmara quer criar Centro Cultural Miguel Torga na estação Coimbra-A

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Miguel Torga viveu e teve consultório em Coimbra, não muito longe da estação de Coimbra-A PP PAULO PIMENTA

O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, defendeu esta terça-feira a criação do Centro Cultural Miguel Torga na estação de comboios Coimbra-A, assim que esta for encerrada.

Assim que estiver concluída a instalação do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que levará ao fim do corredor ferroviário entre Coimbra-A (Estação Nova) e Coimbra-B (Estação Velha), o edifício no centro da cidade, junto à Portagem, “vai ficar devoluto, sem utilidade”, notou Manuel Machado, que falava aos jornalistas à margem da assinatura do auto de consignação da empreitada de requalificação da margem direita do Mondego.

“Já estamos a sonhar com uma nova etapa e a instalação na parte disponível de Coimbra-A de uma entidade que me ocorre designar como Centro Cultural Miguel Torga”, afirmou. Com o fim previsto do corredor ferroviário entre Coimbra-A e Coimbra-B, o presidente da Câmara de Coimbra considerou que esta seria uma forma de ocupar parte da Estação Nova, classificada em 2013 como monumento de interesse público.

“Seria importante referenciar aqui um dos grandes da nossa cidade e do nosso país”, defendeu, recordando que o consultório de Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Rocha, estava situado na Portagem, bem próximo da Estação Nova. O local, explicou, poderia ser um espaço dedicado à “escrita, literatura, poesia”, acolhendo “eventos, discussões e tertúlias”. “Sem precisarmos de plantar aqui o negrilho [árvore imortalizada na obra do escritor], podemos ter um sítio de acolhimento, à sombra de um novo centro cultural a criar”, disse.

A implementação do SMM prevê uma ligação entre Coimbra-B e a Portagem, ao mesmo tempo que está prevista a renovação da estação de Coimbra-B, que terá integração com o MetroBus do Sistema de Mobilidade do Mondego.