Autarca de Reguengos de Monsaraz diz que o surto “tem uma gravidade contida”

Até às 12 horas desta segunda-feira estavam confirmados 63 casos positivos num lar do concelho alentejano do distrito de Évora. Há centenas de pessoas a fazer testes na comunidade e os militares estão a ajudar no apoio ao lar onde ocorreu o surto.

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LUSA/JOSE COELHO

Ao longo do último fim-de-semana foram efectuados “cerca de 200 testes” na comunidade de Reguengos de Monsaraz, adiantou o presidente da autarquia José Calixto. Os resultados estão a chegar e já foi possível detectar um foco infeccioso que afectou cinco pessoas do mesmo agregado familiar, aumentando para oito o número de casos positivos com o novo coronovírus. 

Os dados não confirmam, para já, os receios de um aumento exponencial de infectados. Indiciam que é possível “controlar o foco epidemiológico” cujo primeiro caso foi uma utente de 85 anos internada no lar da Fundação Perdigão Silva em Reguengos de Monsaraz no passado dia 18 de Junho, onde há 63 confirmados.

José Calixto confia que, neste momento, o foco pandémico “tem uma gravidade contida”. O autarca insiste em recusar a instalação de uma cerca sanitária, - embora a autarquia “trabalhe nela em teoria” – alegando que o nível epidémico registado até agora, “é muito baixo”.

O director do Agrupamento de Escolas de Reguengos de Monsaraz, Jorge Ribeiro, anunciou em comunicado que foi determinado pela Administração Regional de Saúde (A.R.S.) o encerramento dos Jardins de Infância e a suspensão das actividades lectivas do pré-escolar e a reorganização das aulas do 12° ano.  

Entretanto, o autarca alentejano tem referido que o reforço das medidas de confinamento poderão vir a implicar o “encerramento de estabelecimentos comerciais, como restaurantes e bares.”

Também os atendimentos presenciais nas autarquias estão a ser avaliados. Em princípio irão fechar. 

José Calixto referiu que, neste momento, os serviços de Protecção Civil Municipal estão confrontados com a “exaustão” e os casos positivos entre os funcionários do lar, que obrigam a recorrer ao apoio de voluntários, apoio esse que só estará disponível na próxima quarta ou quinta-feira, espaço de tempo que considera “crítico”. O autarca conta com o apoio logístico dos militares a quem foi feito um apelo nesse sentido e que teve resposta pronta. Seis militares do Exército estão, desde este domingo, a apoiar o o lar. A equipa é composta por um médico, um enfermeiro, um socorrista e três militares para apoio, provenientes do Centro de Saúde Militar de Évora e do Regimento de Cavalaria n.º 3.

Este pedido, para apoio logístico, de saúde e avaliação de processo de desinfecção das instalações do lar, foi solicitado pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil ao Estado-Maior-General das Forças Armadas.

Até às 12h desta segunda-feira estão confirmados 17 funcionários e 45 utentes infectados com o vírus da covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz. Na comunidade já foram identificados três casos positivos, o que faz recear um aumento no número de pessoas com o vírus.

Com excepção de um único caso que ficou internado em enfermaria, no Hospital do Espírito Santo, em Évora, todos os utentes que testaram positivo encontram-se em residências de familiares ou na instituição onde ocorreu o surto.

Devido a esta situação, vários são já os lares da região que estão a fechar portas a visitas, de forma a proteger os seus utentes.

A Autoridade de Saúde Pública “não considera”, neste momento, que possa ser necessário a instalação de cerco sanitário, referiu a câmara de Reguengos de Monsaraz no seu último comunicado divulgado na noite deste domingo, contrariando assim “alguns boatos que apontam em sentido contrário”, conclui a autarquia.

Notícia actualizada às 14h53 com novas declarações do autarca de Reguengos

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