Covid-19: mais seis mortes e 192 casos de infecção, 78% na região de Lisboa
Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais casos diários de novas infecções. Há ainda 366 pessoas internadas (menos 32 do que no dia anterior) e 55 em unidades de cuidados intensivos (menos três do que no domingo).
Há mais seis mortes por covid-19 em Portugal (num total de 1485) e mais 192 casos de infecção (num total de 34.885), o que corresponde a um aumento de novos casos de 0,6%. Na região de Lisboa e Vale do Tejo há mais 149 novos infectados, o que significa que 78% dos novos casos estão nesta região.
Há ainda um total de 21.156 pessoas já recuperadas, mais 161 do que as registadas no domingo. Há ainda 366 pessoas internadas (menos 32 do que no dia anterior) e 55 em unidades de cuidados intensivos (menos três do que no domingo).
Os dados foram divulgados esta segunda-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que todos os dias é actualizado com a informação recolhida até à meia-noite do dia anterior.
Lisboa com atenções redobradas, mas números são “animadores”
A taxa de letalidade da covid-19 em Portugal é actualmente de 4,3%, subindo para 17,5% acima dos 70 anos, anunciou o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, durante a conferência de imprensa diária que faz o ponto de situação da pandemia no país. António Lacerda Sales referiu que os “números mostram-se mais animadores”, mas alertou que “a experiência mostra que à segunda-feira regista-se uma subnotificação de casos devido ao fim-de-semana” e que “estima-se que os números se mantenham na ordem de grandeza dos dias anteriores”. Espera-se que “demore ainda algum tempo” até que haja um “decréscimo significativo” dos números, explicou.
Ainda que seja na região de Lisboa e Vale do Tejo que esteja concentrada a maior parte dos novos casos, a região do Norte é ainda aquela com mais casos de infecção: são 16.948 e 807 mortes desde que a pandemia começou. Na região da capital há 403 mortes, mais cinco do que no domingo.
António Lacerda Sales salientou que os esforços continuam “centrados” na região de Lisboa e Vale do Tejo, com “atenções redobradas” em Loures, Odivelas, Sintra, Amadora e Lisboa. O secretário de Estado da Saúde notou ainda que “tão importante como saber onde estão estes casos novos, é identificar os contactos próximos de forma a quebrar cadeias de transmissão activas”. “Continua a ser tão determinante como nunca a responsabilidade individual de cada um de nós”, disse, referindo-se ao cumprimento do período de isolamento e das recomendações da Direcção-Geral da Saúde.
Sobre as estruturas de retaguarda para pessoas que não têm condições para cumprir o isolamento na sua habitação, António Lacerda Sales admitiu que as autoridades de saúde não têm ainda “esse número com precisão”. Ainda assim, afirmou que desde o início existiram “várias estruturas preparadas” em Lisboa, como as Pousadas da Juventude, e que houve “mais de mil camas disponíveis e preparadas para acolher” estes indivíduos, caso necessário.
O secretário de Estado da Saúde adiantou ainda que “várias centenas de pessoas tiveram de ser realojadas nestes locais”. “Nenhuma das estruturas ficou completamente cheia, portanto continuam disponíveis caso existam determinações por parte das autoridades locais de saúde pública para o realojamento, seja de doentes positivos, seja de doentes negativos quando os positivos ficam em casa”, acrescentou.
Retirando ao total de infecções o número de mortes e de recuperados, há 12.244 casos ainda activos em Portugal.
Na conferência de imprensa foi dito que, desde 1 de Março, foram realizados em Portugal 936 mil testes de diagnóstico à covid-19. Na última semana, em média, foram realizados 13.100 testes por dia. Cerca de 45% destes exames foram realizados em laboratórios públicos, 39,2% em laboratórios privados e 15,8% noutros laboratórios que envolvem a Academia e o Exército. “Temos vencido colectivamente os nossos medos e certamente não nos vamos deixar derrotar por excessos de confiança”, afirmou Lacerda Sales, admitindo que “tem sido um longo caminho desde o primeiro caso de covid-19 em Portugal”.
“Não queremos impedir a mobilidade das pessoas”, respondeu António Lacerda Sales depois de questionado sobre se será feita uma fiscalização durante esta semana de feriados. Ainda assim, asseverou que as pessoas devem circular “com organização e sentido de responsabilidade”.
Em relação à central fruteira no Bombarral, o secretário de Estado da Saúde revelou que foram realizados 274 testes de diagnóstico à covid-19 aos funcionários, dos quais 20 tiveram resultado positivo. Segundo o governante, as autoridades de saúde locais realizaram no domingo uma vistoria à central fruteira, tendo sido “decidido que se manteria a laborar, obviamente com as condições de segurança que são exigidas”.
Têm sido reportadas “situações individuais” em escolas e creches
Relativamente às escolas e creches, a directora-geral da Saúde explicou, na conferência de imprensa, que tem havido “reporte de situações individuais”. “Um caso numa escola ou numa turma, por exemplo, seja de um aluno seja de um educador e isso tem levado a uma intervenção muito rápida das autoridades de saúde”, afirmou, acrescentando que há “uma indicação muito clara neste momento”: “Em meninos mais crescidos, vai a turma toda para casa em isolamento e, além da turma, mais alguns contactos que possam existir próximos e são feitos testes a todos. Nos meninos muito pequeninos das creches, não são testados a não ser que desenvolvam sintomas, mas também ficam em isolamento 14 dias”.
Até agora, “a situação de abertura dos estabelecimentos escolares e das creches tem sido pacífica do ponto de vista de casos”. “Identificam-se casos isolados, actua-se em conformidade e não se têm verificado cadeias de transmissão”, disse Graça Freitas, assinalando que “o vírus ainda circula na comunidade” e que portanto podemos “ter casos esporádicos ou não”.
Testes serológicos “devem ser usados com parcimónia”
“O Infarmed tomou uma posição que nos parece correcta”, admitiu o secretário de Estado da Saúde quando questionado sobre uma notícia avançada pelo PÚBLICO que revela que o Infarmed está preocupado com o “uso generalizado” de testes que detectam anticorpos. “Estes testes devem ser usados com parcimónia e em condições controladas”, sublinhou.
António Lacerda Sales destacou ainda que os testes serológicos “devem ser feitos de forma organizada e não de uma forma aleatória, porque o importante é ver em termos de grupo qual é o grau de imunização”. “É necessário ter cuidado porque, feitos de forma individualizada, podem dar à pessoa uma falsa sensação de segurança”, afirmou.
“A importância deste tipo de testes em termos de saúde pública é muito alta, mas de facto, feito de forma individual, é relativamente baixa”, concluiu.
No domingo houve 342 novos casos e, desses, 75% foram registados na região de Lisboa e Vale do Tejo. Nesse dia foram ainda reportadas cinco novas mortes e 188 pessoas que recuperaram da doença.
A barreira dos sete milhões de infectados a nível mundial foi ultrapassada esta segunda-feira; desses, 400 mil pessoas morreram e 3,1 milhões recuperaram da infecção.