Primeira-ministra da Nova Zelândia diz que país eliminou transmissão mas admite novos casos

País regista o 17.º dia sem novos casos e última doente de covid-19 já recuperou. Concertos vão voltar a ser permitidos, assim como desportos em estádio.

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Jacinda Ardern, primeira-ministra neozelandesa Reuters

A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, agradeceu esta segunda-feira à “equipa de cinco milhões”, os habitantes do país, numa conferência de imprensa: o país tem zero doentes com covid-19 e há 17 dias que não regista novas infecções.

Nos últimos dez dias, uma mulher com 50 anos de Auckland foi a única doente com covid-19 registada na Nova Zelândia, que já começara a levantar algumas restrições. Esta segunda-feira, já sem sintomas há dois dias, foi considerada recuperada, permitindo dizer que já não há casos de doença. A Nova Zelândia avança assim nas medidas de desconfinamento, voltando a permitir grandes concentrações de pessoas, em concertos, estádios e transportes, anunciou Ardern. 

Ao todo, a Nova Zelândia teve apenas 1504 casos registados de infecção pelo SARS-CoV-2 e 22 mortes. Segundo o diário britânico The Guardian, a Nova Zelândia é dos poucos países que declararam que já não têm covid-19, e pensa-se que é o primeiro a conseguir chegar ao zero após mais de 1000 casos confirmados.

Ainda assim, Ardern avisou que ainda que seja possível declarar que o vírus tenha sido eliminado no país (segundo cálculos de cientistas da Universidade de Otago, com uma probabilidade de 95%), a doença continua a ser uma preocupação: “quase de certeza vamos ver casos aqui de novo”, alertou, “e isso não é sinal de que tenhamos falhado”.

A única restrição que vai continuar é a quarentena de quem chega ao país, que tem de ser feita num local gerido pelas autoridades. 

A quarentena obrigatória para quem chegasse de fora foi a primeira medida que o Governo de Ardern impôs em Março, e logo se seguiu um confinamento muito estrito, que durou praticamente um mês, a abordagem de agir “cedo e em força”. “Só temos 102 casos”, disse na altura a primeira-ministra. “Mas também houve uma altura em que também a Itália só teve 102 casos”, justificou Ardern, como lembra no Politico o jornalista alemão Konstantin Richter, que viajou para a Nova Zelândia no início da pandemia (e não regressou ainda à Alemanha).

As medidas foram “duras”: nem podia haver sequer viagens de carro, excepto para comprar comida ou medicamentos. Aliás, aponta Richter no Politico, algumas das medidas poderão não ter sido totalmente legais, mas a unanimidade, apoio e popularidade da primeira-ministra ajudaram a que fossem impostas.

Agora, com o desconfinamento, os neozelandeses vão viver num país “onde a vida parece tão normal quanto possível numa época de pandemia”, declarou Ardern.

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