Covid-19. Cerca sanitária de Ovar será levantada até ao fim-de-semana
Directora-geral da Saúde confirma que estão reunidas as condições para que sejam levantadas as restrições que vigoram no município há um mês.
A directora-geral da Saúde afirmou esta quinta-feira que “estão reunidas as condições para levantar” o cordão sanitário que há um mês isola Ovar do resto do país. “A autoridade de saúde que fez a avaliação do risco sanitário, a câmara municipal e a Protecção Civil” chegaram a esta conclusão, disse Graça Freitas na conferência de imprensa diária para divulgação dos dados da evolução da pandemia de covid-19 em Portugal.
A confirmação da directora-geral da Saúde chega horas depois de o presidente da autarquia, Salvador Malheiro, ter dado conta, na sua página de Facebook, da convicção de que a cerca sanitária seria levantada já esta sexta-feira. Graça Freitas, contudo, apontou “o fim-de-semana” para o final das restrições no município vareiro.
Em entrevista à RTP, Salvador Malheiro desvalorizou a importância das datas. “Dia 17 ou 18, é uma questão de pormenor, o que vai contar é a resolução do Conselho de Ministros.” O mais importante, ressaltou, é que “o trabalho de um número muito grande de pessoas” tenha resultado. “Ovar foi, no início desta crise, o único município com contaminação comunitária evidente”, pelo que a imposição da cerca sanitária, e a sua posterior renovação, foi mais do que “necessária”.
Malheiro acompanhou dia a dia, ao minuto, o evoluir da situação e dos “números muito altos” da primeira semana – “tivemos 40 casos em 100 testados” –, o município passou, quatro semanas depois, “para 20 infectados por cada 100 testados”. “É sinal de que o trabalho está a dar resultado. A nossa taxa de crescimento tem sido refreada, de dia para dia temos menos infectados”, declarou o presidente, aproveitando ainda para “apelar à consciência de todos os munícipes” para o facto de ser “absolutamente decisivo que cumpram todas as regras”. “Não podemos deitar por terra o esforço que todo o povo vareiro fez”, sublinhou.
Segundo Salvador Malheiro, Ovar regista 586 infectados e 25 óbitos. O número de infectados é diferente do apresentado pela Direcção-Geral da Saúde (487) porque, diz o presidente da câmara, a autarquia “está em interacção permanente com a saúde pública de Ovar, que tem números actualizados ao minuto”. De qualquer forma, Malheiro adiantou não querer alimentar mais a polémica da diferença de números, preferindo centrar-se na necessidade de, através de uma “pressão dialogante” com o Governo, conseguir que as empresas do município sejam olhadas “de forma diferente”.
“Estiveram um mês sem poderem trabalhar, os empresários perderam milhões e milhões de euros, com os concorrentes do município ao lado a trabalharem de forma normal”, comentou, pedindo, por isso, que o Governo encare de forma “excepcional” o tecido empresarial de Ovar.