Madeira: casos suspeitos ficam em quarentena num hotel
Governo madeirense requisitou cinco unidades hoteleiras e restringiu volume de passageiros no aeroporto a uma centena de desembarques por semana.
A partir das zero horas da próxima terça-feira, dia 31 de Março, todos as pessoas na Madeira que apresentem sintomas relacionados com a covid-19 vão ficar em quarenta obrigatória em uma das cinco unidades hoteleiras que o governo regional madeirense requisitou.
A medida foi anunciada este domingo numa teleconferência de imprensa realizada pelo presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, e pelo secretário regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos. O cumprimento de um período de 14 dias em isolamento, já é obrigatório para todos os que chegam ao arquipélago, e agora estende-se também aos casos suspeitos de covid-19.
Neste momento, estas situações são acompanhadas pelas autoridades de saúde ao domicílio, mas para melhor conter os casos passam a estar confinados. “Temos cinco hotéis disponíveis. Se for necessário avançamos para mais”, disse Albuquerque, depois de anunciar novas medidas de combate à disseminação da pandemia na região autónoma.
Assim, as actividades económicas consideradas não essenciais – obras de construção civil, incluindo públicas, tabacarias e pontos de venda de jornais – encerram a 31 de Março. Data em que o número de passageiros desembarcados no aeroporto madeirense será reduzido a uma centena por semana, e que as autoridades policiais vão reforçar a fiscalização e controlo da circulação na via pública.
O objectivo, esclareceu, é evitar aglomerações de mais de duas pessoas nas ruas da região autónoma que, nos números da Direcção-Geral de Saúde, apresentava domingo 41 casos confirmados de covid-19.
As novas medidas, que Albuquerque diz terem o “conhecimento e a concordância” do representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, foram explicadas como uma resposta aos casos que têm sido detectados de pessoas infectadas com o SARS-CoV-2 (o vírus responsável pela doença covid-19).
“Alguns dos cidadãos infectados não cumpriram as obrigações de isolamento”, lamentou, insistindo na necessidade de todos colaborarem e cumprirem com o que tem sido anunciado. “Vejam o que se passa em Ovar? Não podemos ter cá uma pandemia destas”, dramatizou, adiantando que as autoridades policiais vão reforçar o controlo da mobilidade da população. “A pressão vai aumentar”, disse Albuquerque, ressalvando. “Não podemos tolerar a discriminação. Uma pessoa que contraiu o coronavírus não é um malfeitor.”